Domingo, é um dia tramado para quem precisa de transportes públicos para se poder deslocar. Lá consegui, chegar a horas...
Não tenho falta, mas também não gosto de chegar atrasado...
Ao Domingo é o dia de visitas, melhor de maior afluência de familiares e amigos aos lares, pelo menos neste. Muitos velhinhos, que recebem visitas dos seus filhos, netos, amigos de longa data, ou simplesmente do vizinho do andar de cima ou de baixo...
Mas, também houve muitos velhinhos que nem UMA visita receberam. Lá fui eu fazer de familiar, amigo. Sentar-me ao lado deles, tocar-lhe nas mãos, fazer um sorriso e dizer algumas palavras como estas: - Como está? O seu vestido é lindo, vai a uma festa? O dia hoje está lindo...
Com dia bonito, cheio de sol ou a chover. Dá igual, pois os familiares não aparecem, mesmo. Moram muito longe, como me disse uma senhora muito bem composta. Todos os Domingos se coloca bem vestida, vai ao cabeleireiro(tem permissão para isso, desde que a cabelereira a vá lá buscar e a vá lá "devolver") para que os filhos e os netos não pensem que ela está um farrapo.
Mas o dia passou e não aparaceu ninguém. Não tem visitas desde o dia de Natal, foi quando lá foi o filho fazer o pagamento da mensalidade. E, como era Natal. Uma auxiliar "obrigou" a criatura a ir ver a mãe...
A senhora com um sorriso lindo, pega-me na mão e diz:
- Não faz mal, os meus filhos e os meus netos lá tem a vida deles. Moram longe. Sabe que daqui à Praça de Espanha, são muito kms...
Creio que a senhora, prefere pensar assim e viver nessa "condição", mas eu não aguentei e escorreu-me uma lágrima pelo rosto abaixo...
- Dá Deus, nozes a quem não tem dentes...
2 comentários:
O drama da terceira idade, amigo Francisco.
Mas continuam todos a dizer apenas "coitadinhas das criancinhas"!
yap é verdade...
Tanta sabedoria perdida...
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