03 agosto 2010

Magical Healing Mantra - " Om Mani Padme Hum"

A minha vida deu uma volta de 180º.

Existem pessoas que entram em depressão, devido à morte de um familiar (irmão/a, pai, mãe, avô/ó, tio/a, o que seja). Para mim, a mais difícil, é sem margem para dúvidas a morte de um/a filho/a...

Existem outras pessoas, que entram em depressão por terem perdido o emprego. Depois de tantos anos a "lutar" e a "dar o litro", um dia são confrontadas com a palavra - Desemprego. Como vão pagar as mensalidades da casa, da escola dos filhos, do carro, da televisão etc, etc...

E, também existem as pessoas que entram em depressão por causa de um fim de um casamento, de uma relação ou relacionamento...

Eu confesso, que o que não "mata". torna-nos mais fortes e mais sabedores. Pois "batemos no fundo do poço" e quando pensamos que já estamos no fundo. Aparece algo, que nos mostra que se pode ainda "descer "mais um pouco. Até ao dia em que batemos mesmo no fundo e nem sequer temos uma "luz" para nos indicar o Norte...

Os nossos amigos e familiares, opinam acerca de tudo e de nada, mas a realidade é que eles tem alguém que dorme com eles, tem o pai ou mãe para lhes dar os ditos "miminhos", ou tem o emprego assegurado, para poderem pagar as contas ao final do mês.

Pois é, é tudo muito giro... Mas é cantado.

No velório/funeral, os amigos são todos prestativos em grupo. Mas, bem que posso esperar para ir jantar com alguns deles e não fui eu que sugeri nada.

Os amigos, por quem eu nada "dava", foram os que lá estiveram.

Sei que foi um período muito complicado para a minha pessoa. Perdi a noção total do TEMPO. Sabia, se era de dia ou de noite, se estivesse na rua. Ou se estivesse à janela. Deitado no sofá, não fazia a minima ideia.

Os familiares/amigos não entendiam, nem sequer faziam um esforço para perceber porque é quando combinavam um almoço para um Domingo, eu confirmava o almoço, a meio da semana seguinte...

Eu não tinha a noção do tempo, o tempo passava e eu não tinha noção se já tinha almoçado, lanchado ou jantado. Simplesmente comia, quando tinha fome.

Lembro-me de um dia, o meu irmão mais velho, ter me convidado para ir lá a casa, almoçar com a familia toda no Sábado seguinte. Deve ter-me ligado numa 3ªfeira ou 4ª feira. No Domingo, liga-me, todo "fodido" comigo:

Pedro: - Foda-se Francisco, onde é que andas?

Francisco: - Bom dia, para ti também. Estou em casa a ver o Dr House...

Pedro: - Lembras-te do ALMOÇO? Obrigado pela tua presença...

Francisco: - Desculpa?! O almoço é Sábado. Certo...

Pedro: - Estás a gozar! Sabes que dia é hoje?

Francisco: 5ª feira!!! Duhhh...

Pedro: - Foda-se, deves ainda estar com os copos da noite passada. Hoje é domingo. Vai mas é dormir...

Desliga-me o telemóvel na cara. Para eles (família/amigos), eu deveria andar muito cansado ou que estava parvinho.

A partir desse dia, comecei a colar "postits" na porta do frigorifico, na televisão, no computador...

Confesso que nos dias de hoje, ainda existem alguns dias que passam demasiado depressa...

2 comentários:

João Roque disse...

Tenho estado a ler os teus posts sobre o relacionamento com o Sandro, de seguida, e nunca quis interromper com um comentário que fosse.
Simpatizo muito contigo, com a tua franqueza e com a forma como te expões aqui, sem medo.
Ainda um dia gostaria de te conhecer, sem quaisquer segundas intenções, é óbvio.
E se calhar até já nos cruzámos por aí...
Abraço.

Francisco disse...

Obrigado pelas tuas palavras simpáticas.

Sim, creio que já nos devemos ter cruzado algures na cidade de Lisboa. A tua foto no teu blog não me é totalmente desconhecida.

Todos os anos, vou ao Arrail e pode ser daí...

E de certeza que devemos ter algum amigo/a em comum, Lisboa é um "ovo". Todos conhecem todos.

Deixa passar este período de férias, e depois logo combinamos um encontro. Li no teu post e noutros post que fazem jantares de blogues e de outras actividade... (é só uma questão de se combinar).

Abraço