Hoje de manhã, eu acordei com uma ansiedade e uma vontade louca de enviar uma mensagem a desejar os parabéns. O meu coração dizia que sim, que eu deveria seguir a minha intuição, emoções e dizer tudo o que queria ao homem que eu amava. O meu cérebro, por sua vez, dizia para eu estar sossegado. Pois o lado racional deve ser sempre o último a ser ouvido. E como diz o ditado: "Depois da palavra dita e da pedra atirada..."
Acedi, e o meu cérebro acabou por ganhar...
O dia custou-me tanto a passar. A cada minuto/hora só me apetecia enviar a porcaria do sms. Envio/Não envio!? Acabei por não enviar nenhuma mensagem. Mas a minha vontade era tanta e dizer que estava vivo, louco de saber como ele estava e o que pensava e se sentia a minha falta...
Realmente, a paixão é tramada. Sentimos que quando não sabemos nada da pessoa em questão. Os nosso pensamentos vão sempre para o lado pior, que a pessoa possa ter tido um acidente, morrido, possa estar no hospital...
No final do dia, vou no carro e começo a pensar onde ir a esta hora? Ainda é de dia. Posso ir até à mata na zona industrial de Coina; estou na margem sul, mesmo...
Não me apetece e decido vir para Lisboa, em cima da ponte 25 de Abril, tenho duas opções: - Cidade Universitária ou ir até ao Estádio Nacional.
Decido-me pelo estádio. Ao lá chegar, vejo uma carrinha cinzenta. Uhmmm...
Pode ser o Ruben e não é que é ele mesmo...
Francisco: - Boas, por aqui?
Ruben: - Olá! Desculpa, sei que não deveria andar por aqui, mas entra...
Saí do meu carro, fomos para os bancos de trás da carrinha dele. Na rua, estava um calor do caneco. O ar condicionado faz milagres...
Beijámo-nos, as roupas foram saindo do nosso corpo. A nossa pele ao tocar uma na outra, voltámos a suar como nas vezes anteriores. Não podiamos negar a química que existe entre nós. Temos uma envolvência e uma cumplicidade no toque da nossa pele, das nossas mãos, do nosso beijo...
Ruben: - Como estás?
Francisco: - Bem, estou a pensar em mudar de emprego. Deixar tudo aqui e emigrar...
Ruben: - Tens alguém?
Francisco: - Sim, conheci um canadiano, que vive em Paris. E tu como estás?
Ruben: - Na mesma, desde daquela noite. Que a minha vida se tornou num inferno. Já não tens 15 anos, não podes perder o comboio da vida...
Francisco: - Encontrei-te e perdi-te... Que mais posso perder?
Ruben: - Sabes que eu tenho uma depressão e que ainda não recuperei. Podes não acreditar, eu venho a estes lugares, aqui em baixo(aponta para a pila), isto não cresce, mas contigo...
Francisco: - Sim, eu recordo-me dessa noite. Quando abriste a gaveta do teu armário, reparei na quantidade de comprimidos e confesso que reconheci alguns. Tranquilo, afinal, hoje é o teu aniversário e quero deixar-te uma noite memorável...
Ruben: - Tonto... Já me deste uma bela prenda(beijou-me na testa e depois na boca).
Francisco: Jamais saberás, o que eu te daria e faria, se um dia fosses o meu namorado. Mas, para teres uma ideia, deixa-me ir ao buscar uma coisa para ti...
No final, entrego-lhe um cd com estas músicas:
- IL DIVO "HASTA MI FINAL";
- Shania Twain "You've Got A Way";
- Mónica Naranjo "No voy a llorar";
- Lara Fabian "Je suis Malade";
- Celine Dion "Je ne vous oublie pas";
- Helena Paparizou "Mambo";
- ROXETTE "UN DIA SIN TI"(SPENDING MY TIME);
- Shakira " La Tortura";
- Barbra Streisand "MEMORY";
- Kaoma "Lambada"; e,
- The Last of the Mohicans...
A caminho de casa, recebo um sms do Ruben:
- il divo - hoy que ya no estas aqui
As lágrimas começam a cair-me pela cara abaixo. Menti ao Ruben, ao dizer-lhe que estava a pensar emigrar e que ía viver com o Sebas(Sebastian). Mas a realidade é que o Sebas "já foi chão que deu uvas..."
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