Belém - Onda Choque "Será Que Ele Pensa Em Mim?"

O Pedro lá continuava a falar dos seus hobbys, do seu tempo em que está sozinho, enquanto ele falava, os meus pensamentos voaram até ao início em que eu tinha conhecido aquele lugar à beira rio.

É verdade que em 1993, não havia telemóveis. Dar o numero de telefone fixo de casa, era muito arriscado, um "tiro no escuro" na certa...
Assim, eu nunca dava o meu contacto na primeira noite, marcava um outro encontro para daí a uns dias, o mais tardar daí a oito dias. Uma semana depois mesmo...
Era uma semana passada com muita ansiedade de saber se a pessoa iria aparecer, se iria haver outra vez a "dita" quimica.

O máximo de tempo que estive à espera de um rapaz foram 5 horas, imaginam o que é estar à espera de uma pessoa tantas horas seguidas dentro de um carro à espera de algo que nunca irá aparecer??? Claro que naquela altura, eu dava "descontos", pensava que o moço tinha tido um jantar até mais tarde, que tinha tido um furo num pneu, que tinha... que tinha... Aos dias de hoje, eu diria que não houve interesse.
É verdade, que eu também me baldei algumas vezes. Talvez por ter estado num jantar com amigos, e afinal não saberia se o moço iria lá estar ou não...
Assim como assim... o tempo foi passando...

Foi bom re-encontrar alguns rapazes ao final de uma semana, outras vezes nem por isso. Afinal uma quimica de uma noite, nada significa que seja uma quimica para toda uma vida.

E, assim aprendi duas máximas neste MUNDO GAY:

- Queca adiada, queca esquecida,
- E, queca feita, queca esquecida

Depressa aprendi, que iria ser muito complicado arranjar um namorado num destes locais, onde a malta vem com a pressa de esvaziar o "saco".

Muitas das vezes, enquanto esperava por alguém, lá ia conhecendo um e outro rapaz. Os dedos da mãos, já não chegavam para contar os rapazes com quem já tinha estado. Passados alguns meses, os dedos das mãos e dos pés, também já não chegavam para contabilizar o numero de rapazes. Era o joão, o Pedro, O tiago, O António e lá sei mais quantos nomes. Chegou a altura, de pegar numa folha A4 e começar a escrever o nome dos rapazes e as respectivas matriculas, ou as marcas, ou a cor dos carros. A cada semana que passava, lá surgia mais uma linha preenchida...

Esta folha, deixou de ser preenchida no dia em que conheci um rapaz. Não era nada de especial, na cama deixava um pouco a desejar. Mas, eu queria um namorado e acabei por me "encostar", falarei nele no próximo post