04 setembro 2011

Belém 1 - Onda Choc "Na minha idade..."

Tous les garcons et les filles - Francoise Hardy

Depois de termos saído da Vela Latina, eu e o Pedro, fomos até à estação Fluvial de Belém. Já aqui escrevi que foi neste local que eu começei a minha "vida de Gay".

Ainda me lembro, como se fosse ontem que lá cheguei pela primeira vez. Como eu era tão "Naif", ingénuo, "virgem", completamente "afastado" desta dura realidade que é este "Mundo Gay".
Pensava eu que era ali naquele local, que iria encontrar o meu principe, aquele com quem eu iria partilhar a minha vida. Aquele com quem um dia pudesse andar de mão dada, de aliança(estamos a falar de 1993, não havia abertura que existe hoje.) Naquela altura, eu imaginava que um dia iria arranjar um bom emprego, partilhar a casa, receber os amigos para jantares, como não podiamos ter filhos, sempre podiamos "adoptar os sobrinhos". Serimos dois tios, com muito amor para dar. Como teriamos uma boa vida, também fariamos longos fins de semana, fariamos as nossas viagens de sonho, a viagem da nossa "Lua de Mel"... E, quando já fossemos velhinhos, haveriamos de estar sentados num banco de jardim, a ver os jovens a passar e a comentar a nossa felicidade de termos feito esta etapa em conjunto...

Nesta altura do campeonato, sempre posso estar sentado num qualquer banco de jardim, à beira mar, numa qualquer esplanada, mas é sozinho...

Ainda me lembro, que naquela primeira noite, eu com os dedos de uma só mão, eu contava o numero de rapazes com tinha tido alguma coisa, e ainda me sobrava alguns dedos...

(O Pedro fala para caramba, ele faz a festa, manda os foguetes, apanha as canas, e não se cala...)

6 comentários:

João disse...

Fazer a festa, mandar os foguetes e apanhar as canas pode ter umas interpretações um cadito dúbias! LOL

Francisco disse...

Olá João, bem vindo aqui ao meu "quintal" em primeiro lugar.

Deixa de haver interpretações dúbias. Sabes aquelas pessoas que falam, falam, falam e continuam a falar... Eu pensava que era um tagarela, afinal dou por mim a pensar se não serei um pouquito para o reservado. LOL

Abraço e volta mais vezes.

Miguel disse...

Lol enfim... o que é demais enjoa...
Quanto a contar os rapazes com quem se esteve pelos dedos das mãos, graças a deus ainda o consigo fazer e sobram dedos =)
Abr

Francisco disse...

Ainda bem para ti ;)

Abraço

Sapo disse...

Não sabes o quão me identifico com este texto, pois no fundo é ainda assim que "encaro" a vida: de um forma ingénua. Depois vejo o "reverso da medalha" (tudo aquilo que descreves) e fico assustado com o que me espera... Tentarei traçar um caminho, o MEU caminho.

Até já :)

Francisco disse...

Sapo,
Claro que sim, todos traçamos o nosso caminho. Com mais curva, mais recta, mais pedra, menos pedra, sem sombra de dúvida que somos nós que traçamos o nosso caminho.

Esta minha partilha, pode apenas ajudar a desmistificar algo que não seja tão claro, por vezes. Creio que já tenho alguma coisa para contar.
Fico contente em saber que posso ajudar outras pessoas, a não terem um caminho tão árduo...

Conforme também fui ajudado, também tenho gosto em ajudar.

Forte Abraço

Até já