31 julho 2010

Amsterdão - Azucar Moreno "Mamma Mia"

A viagem a Amsterdam, foi marcada antes de irmos para a Grécia. A viagem à Grécia não correu lá muito bem, mas enfim...

De mortos e feridos, não reza a história, quanto mais de pequenos arrufos com o ex-namorado do actual namorado...

Quando estávamos no avião, a meio da viagem:

Sandro: - Francisco! Vamos colocar um gajo no meio?

Francisco: - Desculpa! Que queres dizer com isso?

Sandro: - É isso que ouviste...

Francisco: - Como assim? Podes ser mais directo?

Sandro: - Eu tenho um casal amigo que namoraram durante 3 anos, depois estiveram separados um ano. Chegaram à conclusão que se amavam e agora estão de novo juntos, mas cada um vai com quer e o outro nada opina.

Francisco: - E tens a certeza que é isso que queres?

Sandro: - Já te disse que sim...

Não saí pela porta do avião, pois estava a muitos kms de altitude e ninguém morre por perder um grande amor. Podemos sofrer muito, mas não morremos por isso.

Não ter em conta, o AMOR vivido entre um casal, onde por uma infelicidade, um morre e o outro deixa-se morrer(nestas situações, acredito que se morre por AMOR)...

Passei o resto da viagem, com o pensamento no que tinha acabado de ouvir. Mesmo no quarto do hotel, enquanto o Sandro estava a tomar banho. O meu cérebro não parava de processar o que tinha acabado de ouvir. O Sandro quando acaba de tomar banho e sai...

Francisco: - Tens a certeza de que é isso mesmo que queres?

Sandro: - Qual foi a parte, que não percebeste?

Passei-me com esta última frase. Levantei-me fui tomar banho. Vesti uns calções brancos, um pólo vermelho e uns ténis alstar vermelhos, coloquei montes de perfume da marca XS do C.K.

Como dizia a minha avó: - "Perdido por cem, perdido por mil" e " Vale mais eu arrepender-me do que fiz, do que arrepender-me daquilo que não fiz e poderia ter feito"

Depois de jantar, lá fomos para o jardim, onde havia engates. Qualquer jardim de noite é um local de puro engate. Ele tinha andado à procura de locais de engate na net e tinha descoberto aquele, mas pela forma como ele virava as ruas, eu começava a ficar mais convencido de que ele, já conhecia melhor aquele jardim, do que as suas próprias mãos.

Passámos por vários gajos, uns mais giros, outros nem por isso. Ele lá acenou a um, e fomos atrás dele para trás de uns arbustos. Assim, que lá chegámos. O rapaz tirou a roupa toda. Estava ali ele todo nu. Era moreno, tipo indiano. Tinha um corpo, bem trabalhado de ginásio, mas quanto ao instrumento, deixava muito a desejar. De repente, vejo o Sandro a Beijá-lo e a colocar-se de joelhos para lhe fazer um broche.

Caiu-me tudo o que havia para cair. Como é que alguém consegue aguentar ver a pessoa de quem gostamos a ter sexo com outro?

Pensei para comigo. Goza o momento, afinal o Sandro é que quis colocar outra pessoa no meio. Comecei a beijar o gajo loucamente, passei as minhas mãos pelo corpo dele e ele começou a dar-me preferência. Eu só ouvi o rapaz a dizer: - I love suck your dick, Do you want to fuck my ass?

Durante o tempo que estivemos os 3, eu reparava que o Sandro estava a sentir-se incomodado. Mas é um risco, porque quem anda à chuva, molha-se...

No final, pediu-me para não comentar nada com ninguém...

Nos restantes dias, não fizemos amor, nem tão pouco tocámos no assunto. Na última noite, durante o jantar ele fez uma piada de irmos até ao jardim, apenas referi:

Francisco: - Agora é a minha vez de escolher, e eu quero um gajo loiro de olhos azuis...

Fez-se silêncio, durante o jantar e a realidade é que fomos para o quarto e acabámos a noite em silêncio com o Sandro a fazer cafonés na cabeça. Adoro que me mexam no cabelo.

De volta a Portugal, voltou a pedir para não se comentar que tinhamos colocado um gajo no meio. Não sei se por medo que os meus amigos me tentassem "abrir" os olhos ou por receio de ter sido ele o preterido...

Nunca o saberei, a realidade é que começaram a surgir as reuniões até mais tarde e os sinais começaram a surgir...

"Pior do que ser cego é não querer ver o que está bem à nossa frente"...

27 julho 2010

Sandro - The Bangles "Eternal Flame" (2ªparte)

O meu namoro com o Sandro foi crescendo aos poucos. Comecei por dormir em casa dele de Sábado para Domingo, depois passou a ser o fim de semana completo. Mais tarde, passámos a dormir juntos também um dia da semana e o fim de semana.

Fomos nos adaptando um ao outro. Saber quais os nossos limites, o nosso espaço.
Até ao dia em que decidimos ir viver juntos e dar uma oportunidade a construirmos algo em conjunto. Ambos estávamos em sintonia, quanto a essa decisão.

Foi engraçado a mudança, decidirmos onde colocar o sofá, os quadros, a cor dos cortinados, etc etc...

Os dois primeiros anos foram muito giro, começámos a viajar juntos, tanto dentro como fora de Portugal. Iamos a concertos, exposições, teatro, cinema, etc...(os nossos gostos eram muito semelhantes), o que tornou o processo de adaptação mais fácil.
Ambos éramos muito românticos, faziamos supresas de jantares com amigos, fins de semana prolongados.

Sim, éramos um casal "invejado", pois quando estávamos em discotecas e um de nós era "galado", o outro não fazia cenas de ciumes. Um toque pelo cabelo, um beijo, ou simplesmente ir buscar uma bebida para o "galado" e ficava por aí. Na rua, apertávamos a mão um do outro. Podem olhar para nós e tirar as medidas todas, mas somos namorados e ambos ficávamos felizes por ver que o nosso namorado era "galado" por outros. Era sinal que ambos tinhamos bom gosto...

O terceiro ano, foi o ano que trouxe algumas "desatinos" à nossa relação. Eu sempre aceitei os ex-namorados do Sandro. Havia um em particular que até nutria uma forte amizade por ele.

Nesse ano fomos três semanas para a Grécia e Turquia. Uma semana em terrestre na Grécia, uma semana em cruzeiro pelas ilhas gregas e uma semana pela Turquia com a Capadócia incluída.

Como o Raul(ex-namorado do Sandro), não tinha ninguém para partilhar o quarto, dessa forma a viagem dele ficaria mais dispendiosa. Decidimos ir em quarto triplo durante 3 semanas. Por mim, na boa...

Os primeiros dias, correram bem. Estávamos todos em sintonia, tempos de acordar e de usar a casa de banho. Pior foi um dia em que fui completamente "galado" pelo Raul enquanto eu estava a tomar banho. Não paráva de me olhar para a pila...

Fiz de conta, que não me tinha apercebido de nada...

Depois do nada, o Raul começou a comentar a nossa forma de estar na vida. Porque quando estávamos no aeroporto de Lisboa, eu e o Sandro tinhamos milhas no cartão da KLM e ambos tinhamos milhas para ir a Amsterdão e assim fizemos a reserva para uma semana depois de regressar a Lisboa.

Ou seja, iamos três semanas para a Grécia e Turquia, depois estávamos uma semana em Lisboa e depois íamos mais uma semana para Amesterdão. Eu e o Sandro faziamos 3 viagens por ano em média.

Passados dois dias, o tema à mesa passou a ser o passado do Sandro e do Raul. O porquê de terem acabado e que nunca tinham falado do assunto. Comecei a não achar muita piada às conversas. Creio que o Sandro estava a colocar à prova a minha capacidade de resistir aos ciúmes.

Os cruzeiros tem noites com vários temas, onde os turistas tem de se vestir de acordo com a festa. Na noite que era dedicado ao dia da Grécia, o tema é que tinhamos de levar um adereço azul e/ou branco.

Eu fui com umas calças brancas, uma camisa azul escura e com a bandeira da Grécia desenhada na cara. Creio que fui o mais simples possível, o que me tornou o gajo mais apetecível naquela noite. Todos/as presentes olhavam para mim com ar de desejo e ainda ganhei um prémio. "Garrafa de champanhe"...

Todos éramos participantes e júris ao mesmo tempo. Quando nós os três, iamos dizer qual a nossa nacionalidade e o nosso nome. Ouve-se a voz de uma "bicha" espanhola e todos se riem menos o Sandro e o Raul.

Espanhola: Deus grego e os seus dois gondoleiros...

É verdade, os dois estavam com t-shirts iguais, às riscas azuis e brancas...

A partir dessa noite, o Sandro começou a andar mais com mais atenção na minha pessoa, porque havia algumas "bichas" brasileiras e espanholas a fazerem-se a mim. Porque pensavam que o Sandro e o Raul é que eram os namorados e eu a "vela"...

O Sandro começou a dar-me mais atenção porque o Raul envolveu-se com um Brasileiro, que estavam a fazer o mesmo programa de férias que nós.

Confesso que já estava cansado daquelas férias, só queria chegar o mais rapidamente a casa e descansar a cabeça de tanto ouvir o Sandro e o Raul. Silêncio...

Passado uma semana, estávamos a caminho de Amsterdão...

Sandro - Lara Fabian "Quedate" (1ª parte)

Eu e o Sandro tivemos a nossa maior relação gay. Ambos batemos os nossos próprios recordes. Estivemos juntos 5 anos, 3 meses e não me recordo o dia exacto de quando acabámos (mais à frente, explico o porquê...)

A minha relação com o Sandro começou pouco tempo depois do meu afastamento com o Bruno. Como se diz muito no mundo gay: - REI MORTO; REI POSTO

Eu conheci o Sandro na cidade universitária, depois ter ido jantar com uma amiga minha às amoreiras. No final não me apetecia ir para casa e alguma coisa dizia-me para ir até à cidade universitária. E, assim lá fui eu...

Vi um rapaz giro, dentro de um carro enorme, de familia mesmo. Pensei para comigo, saiu com o carro da papá, logo deve ser novo. LOl

E, é verdade. O rapaz é mais novo do que eu apenas 3 meses (2 meses e alguns dias para ser mais preciso).


Francisco: - Olá! Como te chamas?

Sandro: - Sandro? E Tu?

Francisco: - Francisco, e moras onde?

Sandro: - Moro em C.....

Ups, a minha cara mostrou tudo. O Sandro percebeu que morávamos na mesma terra, e mais tarde descobrimos que morávamos 4 pracetas de distância.
Fomos para casa dele, e por volta das 5 da manhã fui para minha casa.

No dia seguinte, trocámos mensagens e encontrámo-nos ao final da tarde, para um café e fomos até ao "Moinho" na Azóia.

Nesse dia, O Sandro percebeu que eu tinha saído de uma relação complicada e que ainda não estava completamente resolvida. Músicas românticas, nada disso...

Ao final de 3 semanas, ofereço-me um fim de semana prolongado de 4 dias em Paris.

Ao final de 6 meses, convidou-me para ir viver com ele para o centro de Lisboa. Ele estava a vender a casa, para ir para o centro de Lisboa e queria saber se eu estava disponivel para dar esse passo. Eu acedi...

25 julho 2010

Bruno - Whigfield "Sexy Eyes"

No blog anterior, eu faço referência aos meus ex-namorados. O Bruno nunca foi meu namorado. Mas é alguém que eu recordo com carinho, mesmo depois destes anos todos. Se eu tiver que "pagar alguma coisa" nesta vida. Certamente que com esta relação, mesmo de poucos meses, eu subi alguns degraus para o céu...

Eu sei que presunção e água benta, cada um toma a que quer...

Mas, depois se quiserem dar a vossa opinião. Estejam à vontade, para comentarem sempre que assim o entenderem...

Eu conheci o Bruno no jantar de Natal de empresa em 1999. Trabalhávamos na mesma empresa, mas em departamentos diferentes. Nunca nos tinhamos cruzado nos corredores ou nas casas de banho. Lol

Na mesa, ele ficou à minha frente mas duas cadeiras à minha direita. De vez enquando sentia me observado pelo moço e de facto, sempre que desviava o meu olhar na sua direcção, ele estava a olhar para mim.

Os lugares foram escolhidos de forma as pessoas dos diversos departamentos serem "obrigadas" a interagir e a falar com pessoas de outros departamentos. À minha frente ficou uma colega do departamento do Bruno, à minha esquerda uma colega do departamaneto financeiro e do meu lado direito, um colega do departamento comercial.

Mais tarde, soube que essa colega e o Bruno tinham comentado a minha forma de como eu pegava nos talheres e como os coloquei no final.

E, que eu tinha esperado que ela tivesse terminado e cruzasse os talheres, para no final eu fazer o mesmo,(Um senhor espera sempre que a senhora termine primeiro).

O jantar terminou, para depois começaram os discursos de Feliz Natal e um Própero ano 2000. As lenga-lengas do costume...

Depois veio a musica e a ida ao bar buscar bebidas...

A noite começou a ter outro encanto com esta musica: "Whigfield - Sexy Eyes".

Começamos a cantar um para o outro e a dançar separados com o copo na mão. Até que ele me dá um abraço, leva-me ao bar para irmos buscar mais um whisky e depois vamos os dois para a casa de banho. Beijámo-nos loucamente e demos uma queca ali mesmo.
Às vezes batiam na porta, para ver se estavam ocupadas. Ao sairmos juntos, estavam lá mais três colegas com excesso de alcóol, e o Bruno diz: - Foda-se, já não se pode fumar uma ganza em paz...

Acordei de manhã, na cama do Bruno. Ele tinha comprado casa no Príncipe Real com uma vista soberba para o rio Tejo.

Em casa, comecei a inventar aos meus pais montes de trabalho e projectos. De forma que saía mais tarde e por isso ficava a dormir em Lisboa, em casa de um colega. Pois estavamos no mesmo projecto e era mais fácil, etc etc...
Os fins de semana eram a trabalhar, quando na realidade iamos para a costa vicentina, Évora, Óbidos, Castelo de vide, etc etc...

Um dia de manhã, ao chegar à empresa, vou ao departamento dele e vejo ele muito calado. Parecia que o mundo tinha acabado e ninguém tinha dado por isso.
Nessa noite tinha ido dormir a casa dos meus pais, e pensei que não fosse nada de especial. Enviei-lhe um mail para irmos almoçar às docas, para ver se ele falava e se distraia com o rio...

Sentámo-nos numa esplanada nas docas, assim que nos sentamos, as lágrimas começam a escorrer-lhe pelo rosto abaixo...

Levanto-me, vou até ele e abraço com toda as minhas forças e perguntei-lhe:

Francisco: - Que tens lindo?

Bruno: - Sou seropositivo...

Francisco: - Como assim?

Bruno: - Só podes ter sido tu a pegar-me esta merda. Eu sempre fui super cuidadoso. E naquela noite, não usámos preservativo e vieste-te dentro de mim...

O meu mundo tinha acabado ali. Sentei-me e já nem me lembro do que falámos a seguir e tão pouco do que almoçamos.

No final do dia, ao sair da empresa, fomos para casa dele. Todo o caminho, sempre a mesma ladainha. Tu é que me pegaste esta merda...

Combinámos ir os dois fazer as análises ao Crentro de Atendimento Permanente da Estrela.

Passei essa noite inteira sem dormir. É verdade que o Alexandre se veio dentro de mim, foi com ele que tinha feito sexo sem protecção. Eu e o Bruno com 29 anos e já com uma bomba dentro de nós, que poderia explodir a qualquer momento.

No dia seguinte, vamos ao C.A.P da Estrela e cada um vai para uma sala com uma psicóloga diferente. Assim que entro:

Psicóloga: - Então, o que o traz por cá?

Francisco: - O meu companheiro soube que é seropositivo. Diz que a culpa é minha, que fui que o matei lentamente. A minha vida acabou. Se na empresa sabem que eu sou seroposito. Sou despedido...

Psicóloga: - Lá, porque o seu companheiro é seropositivo, não quer dizer que o Francisco o seja.

Levantei-me e fui para a outra sala, tirar sangue. A minha vida tinha acabado e não fazia a menor ideia do que iria fazer. E também com a agravante de ter contaminado o Bruno, que era a pessoa que eu amava...

A semana passou lentamente, todos os dias, todas as horas, sempre a mesma ladainha. Tu é que me pegaste esta merda...
Até que chegou o dia de voltar ao CAP para saber o resultado. Assim que entro na sala:

Psicóloga: - Bom dia Francisco! Como estão as coisas?

Francisco: - Mal, eu adoro o meu companheiro. Para mim a vida acabou. Onde posso ir buscar ajuda? Se ele está infectado, eu também estou certamente e a culpa foi minha.

Psicóloga: - Abra, mas antes responda-me. Se der negativo acaba com o seu companheiro?

Francisco: - Nada disso, eu amo-o e quero ficar com ele. Apesar de tudo o que ele me tem dito nestes ultimos dias...

Abro o resultado, nem posso acreditar no que está lá escrito: - Negativo

Saio do consultório, quando chego à sala de espera, reparo que o Bruno já lá está e que teve a confirmação de o resultado dele é mesmo positivo. Atiro o meu resultado para cima dele e sigo caminho em direcção ao carro. Não falámos o caminho todo até casa. Detesto ser acusado de algo injustamente e a responsabilidade de morte de alguém não era minha, seguramente. Em casa, fui ver televisão e o silêncio entre nós, manteve-se mesmo durante o jantar. Quando me deitei, é que:

Bruno: - Francisco! Que queres fazer? Acabar?

Francisco: - És mesmo tonto, eu gosto de ti. Se tivesses cancro, durarias menos tempo, assim ainda poderemos casar um dia e sermos muito felizes.

Beijámo-nos loucamente e fizemos amor naquela noite. Os dias eram de uma enorme cumplicidade. Em jantares de amigos, eu fazia questão de bebermos um do copo do outro com brindes e outras bebidas. Em casa só não usávamos a mesma gilete ou escova de dentes. Tanta vezes que me dei a usar os corta-unhas em conjunto e tesoura para cortar alguns pelos de foro pessoal. Creio que tudo isto, nos fez aproximar mais um do outro, e os dois termos uma cumplicidade bastante grande. Ele começou a fazer tratamentos no Hospital Curry Cabral e por vezes não tinha tempo de ir à farmácia do hospital buscar os medicamentos. Lá ia eu buscar-lhe os medicamentos.

Um dia estava um calor do caneco, uma fila enorme e montes de gays "conhecidos", todos para o mesmo fim...
Quando chega a minha vez de ser atendido, aparece-me uma médica toda mal disposta, pega na receita e depois de analisar, diz:

Médica: - Como está a correr os tratamentos? Que sintomas sente?

Francisco: - Desculpe, mas essa resposta, só a poderei dar da próxima vez, não sou eu ...

Médica: - Todos dizem o mesmo, é sempre para os outros...

Francisco: - Aqui tem o meu bilhete de identidade, eu por acaso chamo-me Bruno Silva?
O Bruno Silva é o meu companheiro.

As lágrimas começam a escorrer e a senhora chama-me à parte e com um ar super maternal, que eu nunca irei esquecer, diz:

Médica: - Peço imensa desculpa, mas nem os pais querem saber dos medicamentos para os filhos. Ninguém aparece para vir buscar os medicamentos dos acamados, só mesmo os próprios. E, aqui tenho eu, um menino de ouro à minha frente. Que sejam muitos felizes.

Semanas mais tarde, o Bruno entrou em depressão e ficou de baixa médica, vendeu a casa de lisboa e foi viver para o alentejo para casa de uma avó. Iamos falando regularmente até que um dia, recebo um sms: - Desculpa Francisco ser assim. Mas está tudo acabado entre nós. Sê Feliz...

Mito Urbano:
1º Não se apanha HIV por abraços, pelo o toque, pelo o suor, pela a palavra amiga...
2º Nem todos foram contaminados por andarem na "Putice";
3º Existem doenças bem piores e que são mais bem aceites pela sociedade...

Alexandre - Pussycat dolls " Hush hush"

Esta noite fui jantar ao bairro com amigos, pois o Pedro e o Fernando fazem 6 meses de namoro. Foi engraçado estar num jantar só de gajos. Ainda não percebi porque os gays não se dão muito com as Lésbicas e vice-versa, mas adiante...

Lá se fizeram os brindes, para que o namoro seja "para sempre", é bom acreditar nestas coisas... Eu pelo menos acredito, ou tento acreditar...

No final, a divisão do costume. Uns queriam ficar no bairro, perto do sétimo céu e club da esquina. Outros queriam ir para o MG (Mister Gay) e outros queriam ir para a zona da "Bica" e depois irem para o Trumps.

Como só conheço o Pedro, de quem sou um grande amigo e não gosto de alguns amigos dele. Portanto não faço fretes...

Despedi-me e fui até à cidade universitária. A lua cheia tem os seus efeitos... Vi o meu ex namorado (falarei dele dois posts mais à frente), vi o meu ex-ex namorado (com quem namorei mais tempo, falarei no post seguinte) e encontrei o Alexandre de pila à mostra por baixo de uma árvore.

O Alexandre, tinha saido do carro e simulou que ia mijar e aproveitou para meter a pila para fora, é um dos sinais de engate...

Nem queria acreditar, fui até à cidade universitária para ver se conhecia alguém diferente e afinal, vejo os meus 3 ex-namorados de uma só vez. Realmente, começo a acreditar que nada pode ser por acaso... Será?

Quando vi o Alexandre, ao inicio não me parecia ele, depois reparei que o carro era me familiar. Não me parece que tenha vendido a "carroça" a outro gay...

Estacionei o meu carro ao lado do dele, apaguei os faróis, abri a janela e:

Francisco: - Boas, então andas nestas coisas? Sempre a criticar estes locais e agora por aqui? No melhor pano, cai a nódoa...

Alexandre: - Francisco, que é feito de ti? Vi-te já faz algum tempo com um rapaz loiro?

Francisco: - É o meu actual ex-namorado e tu que dizias que tinhas quem tu querias, até fazias o dicionário de A a Z. Por aqui?

Alexandre: - Vivo com o meu ex-namorado e nunca esqueci o teu corpo...

Francisco: - Ui! Essa é mesmo para boi ir dormir...

Alexandre: - Fiz-te assim tanto mal? Abri um restaurante com o meu ex-namorado. Dá-me o teu número para ires lá jantar e falarmos melhor...

Francisco: - Ahahahahahaha!! Achas que eu quero ir falar do passado? Ainda dizias que eu ia lá comer de borla. Quando me apetecer reviver o passado, vou a um museu.
Fica bem

Liguei o carro, e afastei-me sem mais conversas. A minha mente estava super confusa. Como é possivel ter gostado tanto daquele gajo e agora que o vejo, deu-me pena ver um pobre coitado. Creio que uma loja de espelhos ali naquela zona, seria um negócio muito próspero...

Eu conheci o Alexandre, naquele mesmo local em Outubro/Novembro de 1998.
Estava eu com os meus 28 anos e ele com 37. Ele era mais pequeno do que eu. Tinha o cabelo pintado de loiro e era advogado(creio que deve ser a profissão mais gayficada a seguir aos cabeleireiros).

É verdade que para um puto vintão, o sonho é ter um namorado trintão. Mais seguro, que nos transmita confiança e segurança. Na cama, levava-me ao céu e outra coisa não seria de esperar(nos dias de hoje, até afirmo que ele não era lá grande coisa na cama. Começamos a ter outras experiências e verificamos que andámos com um gajo, que nos parecia ser um supra-sumo, porque não conhecia muita coisa. Foi com ele que fodi a primeira vez sem preservativo. Ok, fez-me um broche até ao final e...

Os primeiros 3 meses, foram muito giros. Com ele começei a passar fins de semana fora, começei a ir a exposições, ir ao teatro e ópera com mais frequência. Fui com ele para Sitges e a coisa correu mal...

Não dá certo levar "areia para a praia". Ficámos no "Hotel Romantic", hotel 100% gay.

Aos 6 meses, os sinais estavam lá. Só que eu recusava vê-los e era mais fácil ignorá-los. Nas discotecas ele olhava para tudo o que mexia e depois dizia que era tudo imaginação da minha cabeça. Que não tinha confiança...

Até ao dia que lhe fiz uma surpresa. Melhor, a surpresa foi minha. Cheguei a casa dele e deparei-me com ele na cama com outro. Fiquei louco. Quis saber quem era, como era e de onde era...
Tantos erros cometidos de uma só vez. Pois eu questionei-o e ele respondeu a tudo. Tanta facada e ele sempre com uma frase: - Tivesses pensado nisso antes...

Dai a minha compaixão para com o (ex)-namorado do Ruben, quando me viu naquela noite e acendeu a luz...

Estivemos separados cerca de uma semana, eu sentia N saudades dele e o "tivesses pensado nisso" era em relação a ir viver com ele e aceitar outros homens na cama. Para mim, fazia-me e faz-me tanta confusão a vermos a pessoa de quem amamos a ter prazer com outra pessoa.

Um Sábado à noite, fui ao Trumps e lá estava ele com o gajo com quem eu o tinha apanhado na cama. Fiquei fodido e fui até ao balcão pedir uma cerveja ou uma coca-cola. Sinto um encontrão e uma voz a dizer: - O Alexandre é só meu, tu não passaste de um vibrador...

Quando me viro, era o bacano que estava com o Alexandre e pisca-me o olho com um sorriso de cabrão.

Passei-me da cabeça, cheguei-me ao pé do primeiro gajo que estava mais perto do Alexandre, dei-lhe um beijo e disse-lhe alto: - Estou cheio de tesão, queres vir foder até minha casa?

O rapaz foi receptivo ao meu beijo e alinhou. Saimos os dois de mão dada e aos beijos. Quando estamos para sair, estava o Alexandre à porta a olhar para mim.
Ignorei-o e puxei o rapaz para mais um beijo, para a despedida.

No dia seguinte tinha o Alexandre à minha porta a pedir desculpas, que sentia muito a minha falta e mais conversa para boi dormir. O pior de tudo. Como o amava, aceitei-o de volta. E eu que sempre disse: - Algo quando não dá certo à primeira...
Já diz o ditado: - "Cesteiro que faz um cesto, faz um cento" e "algo que nasce torto, tarde ou nunca se endireita".

Mesmo assim, acedi em perdoar e voltámos. Foram os meus piores 8 meses. Até um dia que resolvi sair de casa e só ouvi:

Alexandre: - Se fechares essa porta, nunca mais voltarás a entrar...

Olhei para trás, sorri e vim embora. Para mim, tinha acabado. O meu castelo tinha se esmonerado.

24 julho 2010

F.Miguel - Roxette - "It Must Have Been Love"

O meu primeiro namorado chama-se Francisco Miguel (ainda não morreu, porque ainda o vi na semana passada na festa da mensagem do 106) e a conversa não foi lá das mais simpáticas ao fim destes anos todos.

Eu conheci o F.Miguel no Bric à Bar (ainda sou do tempo da D. Alice/Maria como porteira)lol.

Na minha opinião, naquela altura era a discoteca com melhor musica e com os gajos mais masculinos.

O F.Miguel tinha na altura 26 anos e eu 25. Estávamos no Outono de 1995. O rapaz na altura tinha deixado a escola, tinha frequentado o 10º ou 11º ano. Nos dias de hoje, creio que não deveria ter mais do que a quarta-classe, mas isso é outra história.

No inicio, achei-lhe piada, mas nada de excepcional. Ele trabalhava numa companhia de seguros, mas para todos os amigos dele (gays) e inclusivé para os meus, ele dizia que era da familia dos donos de uma cadeia de lojas de roupa super conhecida.

Eu confesso que no inicio não dei muita importância a esse facto. Mas, como no meu grupo de amigos, ele era apenas isso, um novo amigo do Francisco e que aparecia de tempos em tempos, não dei muita relevância a esse factor.

O primeiro ano e meio de namoro, correu sem grande stress. Iamos ao cinema, Faziamos férias no algarve só nós os dois e por vezes com amigos dele que sabiam quem que ele trabalhava numa companhia de seguros.
Eu vivia em casa dos meus pais e ele em casa dos pais dele e mais tarde comprou casa própria e aí começou todo o stress e eu tive que por um ponto final na relação.

Decorria o ano de 1997, o F.MIGUEL decide comprar casa própria, sozinho e em São Domingos de Rana.

Tudo bem, até aqui...

Na inauguração da compra da casa, ele convidou os pais, tios, primos, irmãos/irmãs, os amigos gays e não gays e a minha pessoa (Sim, fui o último a ser convidado e todos sabiam que nós éramos namorados, pois o moço decidiu assumir-se aos sete ventos, por dar aquela palha...)

Pérolas durante o jantar:

"Sogro": - F.Miguel, nada colocares a casa em nome do Francisco. Ele pode vir morar contigo, mas tem de pagar metade das contas...

"Sogra": - Estou tão orgulhosa do meu filho, passámos meses à procura desta casa...

"Cunhada mais nova": - Bom, com a quantidade de fotocópias que tiraste dos livros para o Francisco, bem que ele com essas poupanças, pode comprar o candeeiro aqui para a sala...

"Amigo gay desempregado": - Não sabes se estão a precisar de algém na tua empresa?

"Cunhado mais velho": - Amigo gay (confesso que não me lembro do nome do rapaz), dá-me o teu C.V

"F.Miguel": - Eu arranjo mais depressa emprego a um amigo do que a um namorado.

Depois de ter ouvido todos com muita atenção, pensei o quanto fui idiota de ter permitido a que relação tivesse chegado onde chegou. O pior é que eu já me tinha apercebido disso, que aquela relação não me ia levar a lado nenhum. Ali estava a prova mais do que viva, disso mesmo. Mas alguém no seu perfeito juizo, sai de casa dos pais para ir viver para o fim do mundo com um amigo? A minha família naquela altura nem sonhava que eu era gay. Quanto mais eu dependente dos meus pais, com um ordenado de call center a partilhar as despesas com um amigo. Que coisa mais linda...

E 15 dias antes, o F.Miguel tinha ido jantar com o ex-namorado. Para azar o dele, é que o ex namorado contou à queca com quem andava na altura, só que a queca é amigo de um amigo, que por sua vez é ex de um amigo meu. Meia Lisboa já dormiu com a outra meia, sem sombras de dúvidas.

Na altura confrontei-o e a realidade é que estávamos a tentar recuperar alguma credibilidade e por vezes lá está o Universo a colocar as coisas no seu devido lugar.

Naquele dia, acabei com tudo, e depois eram só telefonemas a toda a hora e mensagens de voz a chorar. Por favor...

A ultima mensagem de voz, dizia: - Bem, dizia a minha mãe e irmã, que só andavas comigo por causa das fotocópias...

Conselho:
Não atirar coisas à cara do outro, coisas que foram feitas por amor e muito menos quando o outro nada pediu...
E muito menos, telefonar aos amigos do ex-namorado para lhes fazer um broche...

23 julho 2010

Conhecer alguém - Belinda Carlisle - "La Luna"

Por acaso esta noite está lua cheia e noite de lua cheia tem sempre o seu "Q" de ...

Claro que conhecer alguém, implica sempre disponibilidade de ambos estarem em sintonia e com o mesmo interesse. Para alguns pode ser um só interesse do momento para se chegar ao que todos sabemos e depois, Bye...Next...

Ao longo destes anos todos (estou quase nos quarenta)e como dizia um dos meus primeiros gajos "Quem sabe, sabe. Quem não sabe, aprende".

O Filipe (os nomes mais "gayficados" que eu conheci nestes anos todos: são Filipe, Miguel, João e Nuno. Se eu tivesse que colocar numeros, nem os reinados de Portugal chegariam para os descrever a todos. Por vezes até eu os confundo. Lá tenho que colocar algo que os deferencie, Ex: matricula do carro. LOL)

Ok, confesso que os meus primeiros seis gajos, eram (se ainda não morreram) FRANCISCO...
No ínicio, eu pensei que quem se chamasse Francisco é que era gay, o quanto eu estava enganado e de que maneira...

Mas voltando ao Filipe (O meu guru nestas matérias e o culpado de eu ser assim... ehehehe muito lhe "devo", verdade seja dita).

Eu conheci o Filipe na estação fluvial de Belém, no verão de 1994. Ele tinha um honda civic preto. Estava encostado ao carro, a fumar o seu cigarro a olhar para o rio. Parei o meu carro a atrás do dele, sai do carro e fui-me encostar na parte da frente do meu carro. Estávamos a três metros de distância um do outro, mais coisa menos coisa.

Filipe: - Está uma noite linda. Os espanhóis abriram as comportas, o rio está mais cheio...

Francisco: - Yap e de Espanha, nem bons ventos, nem bons casamentos...

Quando se virou para mim, aqueles olhos... Meu deus que expressão no olhar e uns dentes lindos. Que sorriso...É um pouco mais alto do que eu. Moreno de olhos castanhos. Cabelo curto e parece-me ser militar.

Filipe: - Desculpa, sou o Filipe e qual é a graça do menino?

Francisco: - O menino é o Francisco e a minha graça é uma questão de descobrires. Se tiveres esse interesse...

Filipe: - E o menino veio ver as estrelas?

Francisco: - Yap, uma disse-me que iria conhecer alguém especial esta noite...

Filipe: - Uhmmmmmm... E que mais ela te contou? Tens de te ter cuidado com os miudos andam por aí a pé. São prostitutos e se puderem, não hesitam em assaltar-te.

Francisco: - Pois, mas a estrela também me disse que se encontrasse alguém com um sorriso lindo, para não o deixar fugir, mas antes perguntar se ele é policia. LOL

O Filipe deu-me um sorriso, perdi-me completamente naquele sorriso e ele sabia disso. Pregou-me um beijo. Enquanto nos beijávamos, abriu a carteira e mostrou-me o distintivo da policia. e disse-me: - Está preso.

Francisco: - Uhau... E passamos a noite na mesma cela?

Fomos para a praia de algés e os nossos corpos conheceram-se no sentido biblico.
No final trocámos de numeros de telefone fixo (estavam a aparecer os primeiros telemóveis pequenos, como os conhecemos nos dias de hoje).

Combinámos ir jantar no dia seguinte e combinámos o encontro às 19h45m ao pé da "Vela Latina" em Belém.

O dia custou-me imenso a passar, por causa da ansiedade de saber se ele iria lá estar ou não. Existem tantas histórias destas, tantos que davam os telefones fixos falsos e outros que nem sequer apareciam...

Faço o caminho todo a sonhar com o "nosso" futuro... Às 19h40m, chego ao parque de estacionamento da "Vela Latina" e lá está ele com um polo azul, de calções e de chinelos no pé. Que monumento de homem...

Francisco: - Olá! Não era às 19h45m?...

Filipe: - Nunca se faz esperar o nosso principe...

Decidimos ir jantar a Cascais e irmos no carro dele. Quando me apercebemo que o restaurante é demasiado dispendioso para a minha carteira...

Francisco: - Filipe! Desculpa, mas pensei que iriamos jantar a um chinês ou algo do género. É muito caro e eu não tanto dinheiro para pagar o jantar...

Filipe: - Não sejas tontinho. Eu convidei, logo serei eu a pagar. Logo, terás um emprego melhor e serás tu a pagar e nesse dia hei-de me vingar...

Chegámos ao restaurante, havia uma mesa reservada junto à janela virada para o mar. Uma garrafa de champanhe estava a nossa espera...

Eu estava nas nuvens...

Filipe: - Então o que fazes na vida?

Francisco:- Trabalho num call center e estou a pensar ir para a universidade...

Filipe: Uhauuu... Um namorado, menino doutor...

A verdade é que o jantar correu às mil maravilhas. Não havia momentos de silêncio, havia uma grande empatia de ambos em querer conhecer o outro. Fiquei a saber que a mãe dele tinha falecido há pouco tempo, que ele estava a viver com o pai, mas que o pai neste momento estava de férias com uma das irmãs. Ele era o irmão mais velho, de 4 irmãos. Eu estava com 23 anos e ele com 35.

De regresso, estávamos a deslumbrar a lua, o rio, as praias juntos à marginal, quando de repente: - Queres ir lá a casa, beber um chá?

Francisco: - Eu não gosto muito de ir a casa, na primeiras vezes...

Filipe: - Eu estou a convidar-te para um chá e não para foder...
Tens sempre duas opções, uma é que podes satisfazer as necessidades básicas, a segunda é que nos podemos conhecer...

Francisco: - Desculpa...

Fomos até casa dele, bebemos chá de frutos silvestres. Falámos, rimos das nossas vidas, o olhar dele entrava nos meus olhos como se chegasse até à minha alma. Era uma sensação de paz, de amor, de tranquilidade...
Seria paixão, amor, quimica?

Fomos para a cama, os nossos corpos voltaram a encontrar-se e o suor instalou-se no meio de nós...
Passados estes anos todos, ainda por vezes ainda sinto o cheiro dos lencois...

Quis o universo, que os nossos caminhos seguissem rumos diferentes. Voltámos a estar junto mais duas vezes, fomos jantar das duas vezes, onde rimos às gargalhadas e chorámos e onde acabámos na cama...

Com o Filipe, aprendi:
- Nunca se faz esperar o nosso principe;
- Nunca começar uma relação, sem primeiro ir jantar; e,
- Para reviver o passado, o melhor é visitar um museu...

Uma Flor... Rosa - Manuela Bravo " Sobe, sobe balão sobe..."

Num destes sábados fui com a minha amiga Maria até ao Forum Montijo. Fomos ao cinema, aproveitamos para falar acerca de tudo. O Ruben foi dos temas mais falados nesse dia. Porque será?

No final do dia, quando estávamos a sair para cada um seguir para as suas respectivas casas. Dirigi-me à florista e comprei uma rosa amarela com arranjo incluido. A Maria pensava que a rosa fosse para o Ruben.

Quando me aproximei, dei-lhe um beijo na face e entreguei-lhe a rosa. O rosto mudou por completo, estava emocionada e mais tarde partilhou comigo que nunca tinha recebido uma rosa de um gajo, excepto de um primo e que já fazia muitos anos.

Como é possivel? Que uma gaja não receba flores de um namorado, companheiro, marido, amante. O que seja...

Eu que já referi que sou um romântico. Tanto adoro oferecer, como receber prendas. Não é pela importância material que representam, mas sim pelo lado significativo da coisa, ou seja, no fundo que parámos um pouco a nossa vida e apenas mostrámos à nossa cara-metade que nos lembrámos da pessoa de quem nós gostamos e que escolhemos para estar ao nosso lado.

Eu vejo as coisas desta forma...

Tenho a noção de que vivemos num mundo cada vez mais material, onde o que importa é o que temos e que possamos mostrar e não os nossos sentimentos. Afinal os sentimentos não pagam as contas ao final do mês.
Também é verdade, que as pessoas tem um carro por 4 anos; um sofá por dois anos; um LCD por um ano e meio; um relógio por um ano; um micro-ondas por seis meses, uma camisa por apenas uma estação, e assim sucessivamente... Porque havemos de ter um namorado por mais tempo, se podemos ter um gajo diferente a cada dia que passa ou a cada hora?

No entanto é mais fácil despachar um namorado com uma mensagem, com um mail ou com um simples adeus, do que levar os bens lá casa até ao caixote do lixo.

Mas o mais giro de tudo isto, é que a grande maioria dos rapazes com quem já estive e quando se aborda o tema ex-namorados, falam:
- Da perca dos quadros, porque um pagou mais;
- A gasolina que se pagou para levar o outro a não sei onde;
- O custo das férias e os hóteis caros;
- Os restaurantes onde o outro gostava de ir;
- Etc.Etc...

Muitos poucos, para não dizer escassos, foram os que referiram as saudades dos beijos antes de adormecer e depois de acordar. As saudades do dormir agarrados nas noites frias, as surpresas feitas quer por um ou pelo outro. As saudades de ir até à beira mar ou simplesmente fazerem um piquenique a dois.

Confesso que não gosto muito de ser "lenço de papel" ou reviver o passado, para isso vou a um museu...
Mas se no entanto, se estou a conhecer um rapaz gosto de saber o que ele pensa e o que é para ele o amor, o estar numa relação, entre outra coisas...

22 julho 2010

Joseph - "Rihanna - Russian Roulette"

Quando regressei a Lisboa, já deveriam ser perto das 22h30m e fui directamente até à cidade universitária.

Nos finais dos anos 90 (talvez entre 1997/1999), os locais de "engate" em Lisboa eram o parque Eduardo VII e a estação fluvial de Belém. O pessoal engatava-se no parque Eduardo VII de carro e depois iam para a cidade universitária dar as quecas, por ali ser mais escuro, e por volta dos finais dos anos 90, passou a ser desginado com o QJ (Quartel General). O nome não sei ao que se deve, talvez a um nome que fosse facilmente identificado pela comunidade gay.

Depois passou a ser ponto de encontro das famosas reuniões do "tuperware"; onde os gays se encontravam e formavam-se grandes grupos. Foi por essa altura que o mirc (site gay) e o menseger começaram a ser ponto de encontro para se travarem conhecimentos e possiveis engates.

Vantagens: - Podiam-se criar amizades simpáticas e "higiénicas" de cabeça. Sem ser amizades com a finalidade de acabar na cama.

Desvantagens: - Eram comentado o que cada um tinha feito e do que gostava. Muitas bichas invejosas inventavam que já tinha estado com este e aquele e no fundo nunca estiveram com ninguém.

Claro que existem mais vantagens e desvantagens, mas isso agora também não interessa nada para aqui...

Quando cheguei ao parque maior que fica mais perto do ISCTE, encontrei o JP (João Pedro). Eu conheci o João Pedro em 1994/1995. Está um cota todo jeitoso, enxuto e muito bem conservado para a idade que tem.

Francisco: - Olá quota jeitoso, tudo bem contigo?

JP: - Puto, há quantos anos? Casaste durante quantos anos? 8/10/15 anos?

Francisco: Cerca de 9/10 anos. Estive em duas relações. Uma de seis anos e outra de 3 anos. E agora estou por aqui. E tu?

JP:- Eu não dado a relações. É fazer e esquecer...
Deixa-me apresentar este meu amigo é o Joseph.

Eu e o Joseph trocamos um aperto de mão. Falámos os 3 de quecas. o JP continua o mesmo. Tem de dizer tudo o que come. Enfim, cada um é como cada qual.
No final trocámos de numeros de telemóveis e a promessa de um jantar para um destes dias. Levei 2 negas até ao dia de irmos jantar às massas no Atrium do Saldanha.

Lá marcamos a hora. Achei simpático o rapaz naquela noite. Mas mais nada do que isso. O jantar não foi nada de especial. Ele contou-me a vida um pouco por alto e que anda no HP (para os mais distraidos, ver o blog anterior).

Quando terminámos de jantar, ele levantou-se e foi ver se encontrava uma sobremesa. A sobremesa dele era outra, foi fazer passarele junto de todas as mesas onde houvesse gajos. Lol

No final ele disse: - Butes até à cidade universitária?

Eu acenei com a cabeça com um sinal positivo e pensei:

- Agora eu vou com lenha para a floresta ou com areia para a praia ou com rosas para o jardim...

21 julho 2010

Amy MacDonald - This is The Life

Uma destas manhãs, estava eu em cima da ponte 25 de Abril em direcção à margem sul, estava a ouvir a minha rádio favorita, quando passa esta musica:

- "Amy MacDonald - This is The Life".

Adorei a musica, creio que foi escrita para mim e para meio mundo. Afinal como eu costumo dizer. Portugal é um Tzero e Lisboa é um ovo. Todos conhecem todos, afinal temos um amigo, primo, cunhado que até final é amigo, que por acaso conhece e até trabalham na mesma empresa ou frequentam o mesmo ginásio...

Quanto ao ginásio, bicha que é bicha frequenta ginásio (seja ele o HP, sim bicha não diz Holmes Place) e adora um gajo de corpo definido. O gajo pode ter a cara em construção e uns dentes podres e verdes, mas se tiver uns abdomináveis em condições, há que ir experiementar a peça. Depois existem as bichas que tem um PT (professional trainer) particular. Sim, no meu tempo em que fazia natação tinha um professor, mas isso é coisa do passado e de pobre. LOL

Nos dias de hoje, gay para ser gay tem de sair para o bairro alto, pedir um copo de vinho branco, parar junto do club da esquina e mostrar a colecção de roupa da "Salsa", qual "DKNY", isso já foi no tempo da outra senhora. Não olhar muito para os outros homens, mesmo se no passado já foderam. Ali são todas santas e é a primeira vez que ali foram. Nada de confussões...

Adorei o refrão da musica:

- Where you gonna go...
- Where you gonna sleep tonight....

Onde é que eu vou dormir logo à noite? A casa, nunca durmo em casa de ninguém. Afinal, quando vou a casa de alguém é para ir desmanchar os lençois e não para arrumar a casa...

Logo à noite devo ir até à cidade universitária, ou até à A5. Ás vezes encontram-se pessoas porreiras, outras nem por isso, é como tudo na vida.
Mas como eu sempre digo: - Estou solteiro, não tenho que dar satisfações a ninguêm, e por isso façam o favor de não me chatear...

Não vou ficar em casa à espera de quem quer que seja. E uma semana sem foder?! Deixem-se de merdas. Enquanto não encontrar o DITO, o TAL, vou brincando com os gajos errados. Pode ser que entre tantos mortos e feridos, saia dali um verdadeiro principe. A ver vamos, como dizia alguém...

Nessa noite conheci o Joseph...

20 julho 2010

"Ele não está assim tão interessado..."

Quando a minha amiga Maria, me sugeriu este livro "Ele não está assim tão interessado", pensei para comigo: - Mais um livro que fala de amores e de amores perdidos...

Um dia fui ao cinema ver o filme. Meu Deus, quantas situações em que eu me revi ali. Tão real, cada situação, parecia ali a minha vida com o Ruben. Ele não me tinha ligado todo o dia, porque tinha estado o dia todo em reuniões. Ele não me ia ligar amanhã porque era o dia de estar com a familia. Quando eu lhe ligava várias vezes ao dia, pensava que ele poderia estar num parque de estacionamento sem rede. Bolas e mais bolas, quantas desculpas nós arranjamos para não vermos o que está mesmo à nossa frente.

E por vezes o Universo, conspira a nosso favor para vermos exactamente o que nós não queremos ver. Preferimos ser iludidos com situações que não nos levam a lado nenhum.

No final, para chegar à conclusão que afinal ele não estava era interessado em mim. Sim, porque quando existe interesse, até sinais de fumo fazemos para mostrar o nosso interesse em querer continuar ali...


Em cada cena do filme, era como que um balde de água fria fosse deitado por cima de mim, para ver se eu acordava para a realidade. A verdade é que a água não vinha de nenhum balde, mas vinha dos olhos. Eu sentia-me como o principe dos olhos tristes.

Conhecem a história da Princesa dos olhos tristes?

A história é real e bem real. Esta história conta o amor entre o Rei (Reza Palehvi) da Pérsia (actual Irão) e Soraya Esfandiary.

Soraya foi a segunda mulher do xá Reza Pahlevi e que mais tarde foi repudiada por ele porque foi incapaz de lhe dar um herdeiro.

O casamento foi em 1951 e durou até 1958. Durante estes sete anos, o casal morou em Roma, na via Apia Antiga.

Mais tarde houve o drama do repúdio, a humilhação de ser apontada com o dedo, no mundo mulçumano. Mulher que não dê filhos, nada vale.

Na nossa sociedade, se aos quarenta não fores bem sucedido. Esquece ninguém te pega.
Não se perdoa uma falha no percurso e os divórcios estão aí nas estatisticas e as relações abertas no mundo gay são um sinal claro disso. As pessoas estão apenas juntas pelos bens materiais. Não me venham com a história de que o Amor acabou e que agora é a amizade e o companheirismo que importa.

Pois, pois...

Se estivermos a falar de pessoas que estão na casa dos 60/70 anos, ainda sou capaz de entender. Agora em relacionamentos de pessoas de vinte anos e que namoram seis meses e abrem a relação por estarem fartas de comer arroz com feijão.

Hello...Deixem-se de merdas...

Não me dei por satisfeito e tive que ir comprar o livro. Eu lia e voltava a ler o mesmo parágrafo não sei quantas vezes. Era como se o escritor estivesse a falar comigo e a dizer: - Francisco, o Ruben não está interessado em ti... Wake up...Hello

Depois de cada capitulo, claro que só pensava no Ruben. Mas, também ia me revendo nos meus relacionamentos anteriores e onde é que começou a falhar cada relação.

Depois, dei por mim a pensar nos rapazes mais importantes para mim ao longo destes anos todos e no final apenas uma dúzia, a dúzia e meia é que se aproveitava.

Quando terminei o livro, pensei para comigo:

- Francisco! Quem quiser estar ao meu lado, que lute...

19 julho 2010

Infelizmente, os homens voltam sempre... Celtic woman "The Voice"

Existe muita literatura no que se refere a histórias de amor "perdidas", como recuperar um amor, entre tantos outros paragrafos dentro deste tema.
A quantidade de "pano" que daria para fazer tantas mangas e fatos completos...

Mas, a realidade é que os homens voltam sempre, às vezes infelizmente voltam sempre...

Os especialistas dizem que no mundo hetero as mulheres tem de ter estes dois pressupostos no inicio quando conhecem um rapaz:

1º - No primeiro convite, recusa-lo com uma desculpa plausivel;

2º - No segundo convite, recusar o convite mas dar uma alternativa para esse fim... mas com datas abertas e não um só dia, hora e local.

Pois, no mundo gay, esta teoria é mesmo só isso... Uma teoria...

Como se diz e se passa neste "mundo": - "QUECA ADIADA, QUECA ESQUECIDA"

Não podemos esquecer que os homens são muito sexuais e quando saiem para a noite, são muito carnais e não estão com pachorra para aturar bichas armadas em "ladys, santas e divinas".

Na noite, um rapaz tem de ter cuidado com o que faz. Porque se faz muita coisa a nivel sexual, pode ser considerado uma "puta". O pensamento de um gajo é:

- Se fazes isto comigo, deves faze-lo com todos e mais alguns...

É como estar num fio, onde se é preso por ter cão e por não o ter.

Depois, temos de ter em atenção em que os sinais (linguagem gestual e corporal), falam mais do que mil palavras. Neste mundo é tudo muito lindo durante a noite e no dia seguinte, surge a pergunta: - Quem és tu?

Quando nos apercebemos que vamos levar uma nega, um abandono, um fora, um até já, um adeus, afinal somos só amigos e mais umas quantas frases para boi dormir...

Só temos que fazer duas coisas:

1ª - Não discutir, nao atirar nada em cara do que fizemos por essa pessoa, não ameaçar que vamos colocar num jornal, não partir para a violência. Apenas ter a sensatez de dizer que lamentamos a situação, mas que a vida é de opções e que ele já tomou a dele e que para se dançar o tango são precisas duas pessoas...
Nada de chorar e de perguntar o que vai ser de mim? Afinal, quem tem penas são as galinhas...

2ª Seguir com a nossa vida e sermos o mais independente possivel...

Acreditem que não é fácil e que muitas lágrimas irão cair antes do adormecer e depois do acordar. Nem que se tenha que ir a um cabeleireiro todos os dias, um novo visual faz milagres...

Nota: Não tenho nenhuma receita, nem nenhuma varinha mágica. Apenas alguma experiência e posso garantir que todos os meus ex-namorados e as ex-quecas mais relevantes e até as menos, voltaram todas. Porra, devo ser mesmo bom...

E posso vos deixar um livro fantástico, que também está em DVD...

"Ele não está assim tão interessado"

18 julho 2010

Lara Fabian - I've Cried Enough

É verdade que já conheci (quer no sentido da palavra, quer no sentido biblico) muitos gajos nestes anos todos.

A realidade é que eu sou um um romântico e um pinga amor que até mete dó...

Quando estou numa relação dou tudo o que é preciso para que tudo dê certo, mas como dizia alguém: - Nada é eterno e tudo um dia acaba.

Mas, quando estou sozinho, vou conhecendo e brincando com os gajos menos certos até encontrar o certo.

Não quero saber se me deito com dez ou vinte numa semana. Se a semana tem 7 dias é só multiplicar por dois ou três...

Estou solteiro, logo não tenho que dar satisfações da minha vida ou tão pouco falar do meu passado. O passado é meu e só a mim, me diz respeito.

As minhas regras enquanto solteiro, são apenas duas:

1ª A última palavra é sempre minha;

2ª Em caso de dúvida, consultar a primeira regra. LOL

Por vezes, encontro pessoas que gostam de falar do passado delas e que querem saber o meu passado.Dão a sensação que o passado é que é verdadeiramente importante e se nós por algum motivo, tivermos dado um passo em falso. Lá começam a vir as pedras...

Sorry, mas se querem falar do passado? Simples, vão visitar um museu...

Para mim, só me interessa saber a partir do momento (presente) e quais as expectativas para o futuro. O passado virá normalmente, pois: -

"INFELIZMENTE OS HOMENS VOLTAM SEMPRE"

17 julho 2010

Quantidade não é sinónimo de Qualidade, mas...

Mas sim de experiência...

Decorria o ano de 1993, estava eu a começar a minha vida gay e na altura não tinha estado com mais do que quatro a cinco gajos. E eu já me sentia mal comigo próprio, porque para mim se havia penetração, tinha de haver algo mais...

Pois tinha havido uma entrega de ambas as partes, estamos a falar de beijos, abraços, do toque e por fim no acto sexual (penetração). Naquela altura para mim a penetração era a "cereja em cima do bolo". Quanto enganado estava...

Nessa noite, estive com um rapaz de na altura teria os seus 34/35 anos (já não me recordo). Apenas de lembro do nome Miguel e que morava perto da estação de oeiras.

É verdade que eu na altura tive um interesse por ele, mas que depressa me foi informado que apenas tinha dado uma boa foda e não mais do que isso. Porque segundo palvras dele: - Fazer e esquecer...

O meu cérebro passou a andar a 500 km/h e dentro de mim, eu sentia-me mal, usado, tinha as minhas emoções todas trocadas. Até que ele ao ver o meu rosto me diz:

Miguel: - Com quantos homens já estiveste?

Francisco: - Eu!!! Contigo és o quarto ou o quinto... Mas não houve esta entrega...

Miguel: - Queres dizer com penetração?

Francisco: - Isso.. e tu?

Miguel: - Três mil, cinco mil já não me recordo.

Francisco: - Desculpa! Quantos? Estás a brincar?...

Miguel: - Meu querido Francisco, és mesmo "carne nova" aqui...

Se, se estiveres com um gajo todos os sabados à noite. São 52 gajos ao final do ano;

Se estiveres com um gajo na sexta e no sabado com outro, já são 104...

Se vieres também ao domingo à noite, já são 156

Quando deres por ti, já vens também a meio da semana. Tens o "bichinho" dentro de ti e ansiedade de conheceres alguém especial. E passam a ser 208;

Se vieres todos os dias, são 365, tantos como os dias do ano...

Como tu numa noite, podes ir com um gajo e não gostares, então irás com outro...

No final do ano, já é o dobro de 365 ou seja 735.

Mas, ainda tens os que gostam de ir a três (menáges), a quatro ou mais (orgias), pois chegarás a mil gajos por ano, e estou a fazer a soma por baixo...

Francisco: - E o que adianta tudo isso?

Miguel: - Aprendizagem... Se fores um bom aprendiz, quando chegares aos 30 és uma brasa na cama, ao quarenta és uma grande foda e todos irão querer levar-te para a cama. Afinal quantidade não é qualidade, mas sim é experiência e depois podes verificar que o que muda são os nomes e os locais de morada. Porque no final, apenas estamos só a falar de pilas e de rabos, não mais do que isto.

Francisco: - Mas eu não quero tantos gajos, só quero um para partilhar a minha vida...


Francisco:

13 julho 2010

Amigos em Comum...

É verdade, é um facto que quando não existem amigos em comum. Temos de os procurar em algum lugar. Daí as páginas da internet, um chat, um bar ou discoteca, uma sauna ou club de sexo, um anúncio do jornal ou até algo menos ético que é ir a casa de um amigo e roubar-lhe contactos da internet e ir meter conversa com esses mesmos contactos.

O que não falta são locais em Lisboa ou qualquer outra aldeia ou cidade para se 2 gajo se conhecerem...

Para mim, conhecer um gaijo na cidade universitária ou num jantar de aniversário é tão válido para se começar a conhecer e quem sabe, num futuro dar em algo mais...


Claro que depois andamos todos nos mesmo locais e como dizia alguém, somos todos santos e divinos e sempre que vamos a esses locais é por engano ou então é a primeira vez. Mas no fundo todos temos "cartão de sócio" e com lugar reservado. LOL

Depois o número de pessoas que já conhecemos ou já nos passaram pelas mãos, a bem dizer é como o outro senhor dizia e bem: - É só fazer contas...

Quantidade não é sinónimo de Qualidade, mas sim de experiência...

12 julho 2010

Lisbon by night

Maria acedeu ao meu convite de ir conhecer os locais de engate em Lisboa.

Saimos do restaurante, passámos a ponte 25 de abril em direcção a Lisboa. Começamos pelo parque Eduardo VII, onde nos dias de hoje já não existe tanta circulação de automóveis, sendo um lugar frequentado por pessoas mais velhas (todos temos direitos e necessidades) e por prostitutos.

Depois seguimos em direcção à cidade universitária (Quartel General, chamado assim nos finais dos anos 90). A circulação de automóveis parecia a rotunda do Marquês de Pombal em hora de ponta. Maria estava chocada...

Fomos primeiro ao parque maior onde se engata de carro para carro e expliquei à Maria a abordagem:

- Boa Noite! Andas a passear, a ver as estrelas?
- Como te chamas?
- És de onde?
- Que fazes na vida?
- És activo (papel de homem ou seja come);
- És versátil (gosta das duas coisas);
- Ou és passivo ( o que é penetrado).

Se houver consenso entre as partes, podem ir para outro lugar mais tranquilo ou simplesmente faze-lo ali, com o objectivo de atrair mais gajos para o grupo (ménages ou mesmo orgias).

Depois fomos até ao outro lado, onde existe um parque mas mais escondido devido aos arbustos. Nesse parque, deixa-se o carro e sai-se para a rua e em qualquer parte se pode encontrar um parceiro para sexo...

É só haver interesse e química para a queca, é um pouco como os heteros irem às putas só que aqui não se paga. LOl

Maria estava estupefacta, não queria acreditar no que os seus olhos viam...

Antes de sairmos dali, ainda fui com a Maria a um outro parque, chegando lá disse: - Aqui foi onde conheci o Samuel e com quem estive 6 anos e vivemos juntos...

Depois fomos até ao jardim do campo grande, onde estão as piscinas em frente à Biblioteca Nacional. O movimento era de tal ordem que parecia a fila para a segurança social. ehehehe...

Maria continuava completamente abismada com todo este aparato. Nunca na vida tinha pensado que isto fosse possivel.

Saimos dali e ainda fomos até ao Conde Redondo ver os travestis...

No final, Maria olha para mim:- Não sei o que te diga, mas não me parece que seja aqui nestes locais que...

Francisco: - Pois, não sei....

Não existem amigos em comum...

11 julho 2010

Restaurante - Parte III

O jantar decorre muito bem, o rosto da Maria vai se modificando porque ela está completamente "a leste do paraíso", afinal as pessoas que não vivem no meio do mundo gay não tem a percepção do que se passa e também não tem que o saber, afinal de contas....

Como diz o ditado "Só quem está dentro do convento é que sabe o que se passa lá dentro"

Maria: - Pera, onde é que te leva a andares a conhecer muitos gajos?

Francisco: - Como assim?

Maria: - Porra, tu amas o Ruben e agora só oiço o teu telemóvel a tocar...

Francisco: - E?!... O que eu ganhei? Apaixonei-me pelo Ruben. Esperei semanas, dias e horas para no final levar um.... BYE

Eu via o Ruben uma vez por semana, pensava que ele andava com muito trabalho e outras coisas a fim e no final quando penso que ainda o vou ganhar como namorado...

Como eu estava errado....

Agora quem quiser, que corra. Porque eu nem vou esperar uma semana para ir beber um café ou outra coisa qualquer.

Maria: - E achas que é nesses locais...

Francisco: - Queres ir conhece-los?

Nuno - Lady Gaga "Telephone"

Num Sabado à noite fui ao Trupms (discoteca gay) com o Luis, o namorado dele o Augusto e alguns amigos deste. Foi a noite em que o Luis me apresentou oficialmente o namorado. Fazem um casal muito giro...

Estava a dançar e reparo que estou a ser observado por um rapaz com uns olhos verdes e que deveria ter mais ou menos 1,87 cm. Eu gosto de armários, de gajos altos mas aquele é demasiado alto. Lol

O rapaz mete conversa comigo, mas eu não lhe dou muita importância porque estou mais interessado no amigo dele. Um tipo moreno, com um sorrriso muito giro. Para mim, um gajo que não sorria, "morre ali mesmo".

Chama-se Nuno e começamos a dançar e lá vem mais um inquérito da policia. Como te chamas? De onde és? Que fazes na vida? Etc etc

Dançamos agarrados e lá se troca uns quantos beijos, o alcool fala mais alto...

No dia seguinte, vamos lanchar ao café in.
Falamos de tudo um pouco, de viagens, de hobbys, de musica, de ex-namorados e o porquê de as relações fracassarem? (pura perda de tempo, falar do passado...) Que importa isso agora?

Fico a saber que o menino é um mimado e que provém de boas familias e que o mundo roda em volta dos que tem muito dinheiro. E fico a saber que é muito cobiçado por todos os homens que saem com ele. Porque será?

A conversa começa a dar-me cabo dos neurónios, só me apetece ir embora. Para acabar com a conversa mais rapidamente começo a defender a classe dos trabalhadores e dos direitos iguais. Só quero me ir embora, mas ao mesmo tempo sinto uma atracção por aquele sorriso.

Quando estamos a sair ele prega-me um beijo na boca e diz que já posso dizer aos jornalistas para tirarem fotos para eu ser capa de revista de inicio de semana.

Fiz um sorriso, dei-lhe outro beijo e fui embora...

Dentro do meu carro, a caminho de casa, nunca me senti tão estupido, parvo....

Trocamos mais uns quantos sms e ele é que me ligava, pois sempre que eu lhe ligava, ele nunca me atendia o telemóvel e ligava-me dois/três dias depois.

Até que houve um dia que eu não lhe atendi a chamada e apaguei o numero dele... Next que já se faz tarde...

10 julho 2010

Rui de Sesimbra - "Romana Ex-mulher; Ex-amor"

Numa destas noites, peguei no carro e fui até à cidade universitária. É um local gay como tantos outros que existem em Lisboa.

Ao pé do parque onde está a saida do metro da cidade, passei perto de um carro. Olhei e vi um rapaz com um rapaz com um sorriso giro. Primeiro ponto de interesse. Parei o carro atrás do dele e sai. Ele saiu e dirigiu-se para uns arbustos ali perto. Limitei-me a segui-lo e quando estavamos frente a frente, trocamos um beijo e depois outro, entregamos o corpo um ao outro e fizemos o que tinhamos a fazer.

Nessa noite, a lua estava cheia e dizem que as quimicas e as energias são mais intensas, para mim foi uma queca rápida como outra qualquer. Onde o objectivo é apenas de dar uma queca sem grandes coisas.

Mas no final da queca, puxámos as calças para cima e dirigimo-nos para os carros. Nem sequer trocamos os nomes, nessa noite, eu nem estava para aí virado e também ao que me pareceu ele também não.

Quando chegamos perto dos carros, ele virou-se para trás por que ía um pouco mais à frente e aproximou a cara para me dar mais um beijo. E assim aconteceu...

Beijámo-nos encostados ao carro dele, aí começei a sentir algo de diferente. Os nossos corpos estavam enroscados de tal forma que pareciam um parafuso e uma porca, feitos à medida. Com os beijos, ambos começamos a suar e sem uma única palavra, só linguagem gestual voltamos aos arbustos e entregamo-nos um ao outro. Aí os nosso corpos já suavam e transpiravam de algo mais do que quimicas e outras coisas a fim..

No final, voltamos para junto dos carros e assim ele meteu connversa comigo:

R: - Ui! Isto nunca me tinha acontecido. Como te chamas?

F: - Francisco e tu?

R: - Rui

Fizemos ali um mini inquérito, para sabermos quem era quem. O rui tem 38 anos,é moreno de olhos castanhos, é entroncado com um pouco de barriguinha, é Leão de signo e Aquário de ascendente. Mora com o ex-namorado que é mais velho do que ele para os lados do Montijo/Alconhete. Estão a separar as coisas porque chegaram à conclusão que eram só amigos.

Naquela noite falamos de tudo, até do festival da canção e a musica da Manuela Bravo "Sobe, Balão sobe e vai pedir àquela estrela...."

A conversa aqui mudou, fomos parar a energia e vidas passadas.

Ele virou-se para trás, porque tinha tido um dejá vu de nós num bosque que ele não soube identificar muito bem. Talvez algures em Inglaterra ou na Europa Central. Viviamos numa aldeia e que eu lhe era muito familiar e até na forma como nos entregamos.

Confesso que eu não tive dejá vu algum com ele, mas ouviu-o com bastante atenção. Até que ele me tocou no rosto e disse-me: - Tu és um pinga amor...

Ele acaba de dizer isso, pega-me na mão e vamos de volta para os arbustos.

Ambos sentimos que está haver algo mais, não é normal, nenhum de nós querer ir embora e só queremos estar abraços ou de mãos dadas enquantos olhamos para o céu e para a lua que está lindissima. Ok, é uma lua cheia como tantas outras...

Por volta das 5 da manhã, depedimos-nos. Era agora ou nunca...

Quando chego a casa, recebo um mensagem: - OLha para a Lua e recebe um beijo meu e a estrela mais brilhante sou eu a ver-te a dormir com os anjos...

Nos dias seguintes iamos trocando sms, mas aos poucos foram sendo escassas, até que uma das mensagens me diz que vai de férias e que nos vemos daí a duas semanas.

Os meus pensamentos foram para o Ruben, este gajo só pode ser parvinho. Então eu agora vou ficar duas semanas a olhar para o céu e para as estrelas. Hellooooooo...

Passado algum tempo, o Rui ligou-me a perguntar se no próximo Sábado estaria disponivel para irmos à praia. Como não tinha nada programado, acedi.

No Sábado, fomos à praia do Meco e fizemos nudismo. A emoção já não era a mesma. Algo tinha-se perdido. Algum do encanto deve ter ido com as ondas do mar, da vez que fomos à agua e demos um beijo e não houve aquele choque. Tinham passados muitos dias sem eu nada saber dele. Ali estava ele e eu sentia que ele não tinha sentido a mesma falta que ele me fizera a mim. Acontece...

No final do dia, com o sol a descer o horizonte e a praia a ficar deserta. começaram os primeiros toques nos dedos, depois o mexer no cabelos, o tocar com os lábios na testa, na cara e por fim o tão esperado beijo, depois fomos-nos entregando e os nosso corpos encontraram-se e por fim fomos à agua tomar banho. Estavamos todos encharcados em suor.

Fomos jantar a casa dele em Sesimbra onde moram os pais, mas que estes estavam de férias em Paris em casa de uma irmã dele.

Primeiro tinha sugerido irmos jantar para a varanda, foi acender velas e incensos e trouxe-me uma caipirinha. Passou-lhe qualquer coisa pela cabeça e disse-me que deveriamos ir jantar a Sesimbra. E assim foi...

No jantar fui informado que o jantar não aconteceu porque havia vizinhos na varanda ao lado e como ele ali tinha estado muitas vezes com o ex-namorado...

A caminho de casa, liguei o rádio e começei a ouvir: Romana Ex-mulher; Ex-amor

Nessa noite recebi a ultima mensagem do rui que me dizia:

- Desculpa, mas acho que não é justo. O universo colocou-nos frente a frente, como uma prova se tratasse. Mas eu apenas serei sempre o teu luar nas noites claras e serei sempre àquela estrela mais brilhante, onde estarei sempre a tomar conta dos teus sonhos. Mesmo ao longe estarei sempre perto.

Apenas respondi: - Meu lindo, já me fizeram melhor e em menos tempo.....

09 julho 2010

José Maria (Espanha) - Roxette Crash boom bang

Eu criei um perfil no gaydar, é um página na internet de encontros para gays. Mais uma página como outras tantas. Seja ela o hi5, o facebook, o mettic ou outra qualquer. Desde que haja mais do que duas pessoas nessa página, está tudo dito e para o que é.

Como não existem amigos em comum e não podemos estar em todo o lado ao mesmo tempo, nada como colocar um anúncio e esperar que apareça o dito "principe", mas daí aparece a eterna busca do algo melhor.

Porque no fundo o que nos aparece se for bom, pode ser que apareça o algo melhore como diz um ditado e bem: "Mais vale um pássaro na mão do que dois a voar" a não quer que seja o casal a voar, mas isso já é outro assunto. lol

Eu dia recebi uma mensagem no perfil do gaydar de um espanhol sem foto, que se queria encontrar comigo porque achou piada ao meu perfil.

Deixou o contacto e por mensagem combinamos à porta do Atrium do Saldanha para irmos beber um café e ver se havia quimica entre as partes para o algo mais....

Quando cheguei lá, estava lá um quarentão enxuto com uns olhos azuis, um corpo muito bem cuidado e um sorriso de quebrar qualquer iceberg. Apertamos a mão e nesse momento, seguimos logo para o quarto que ele tinha reservado no Hotel Ibis ali próximo. O café teria de ficar para outro dia.

Entramos no quarto, a roupa ia saindo do nosso corpo, enquanto nos beijavamos loucamente e ele só dizia: - Francisco que ricco....

Os nossos corpos quando se encontraram era um toque por demais, eram as feromonas e mais não sei quantas coisas à mistura. Seria paixão? Quimica? Tesão?

Ele só dizia: - Por onde andaste estes anos todos, eu venho todas as semanas a lisboa e nunca te encontrei. Não te posso deixar fugir..... Que ricco.... Precioso

No final, tomamos banho juntos, no fim de um beijo trocamos algumas palavras simpáticas (palavras que o vento leva....).

Nessa noite e nos dias seguintes, recebia sem exagero 20 mensagens por hora. Onde ele dizia que me adorava, que sonhava comigo, que sentia a falta do meu cheiro, do meus sorriso, do meu toque e mais não sei do quê....

Mas a realidade é que ele só tinha disponibilidade para mim uma vez por semana, das 18h às 20h. O primeiro e o segundo encontro, ainda se leva bem estas coisas.

Mas então como é? Uma semana para duas horas, sem direito a um jantar, uma saída ao cinema, uma noite juntos. Havia sempre uma desculpa de um jantar....

No inicio, achamos todo normal e mais que normal afinal as pessoas não querem ser apressadas e para quê?

"Roma e Pavia não se fizeram num só dia"

Pois é, a realidade é que um dia cansei de me sentir o "amante", porque afinal começamos a ver um pouco a realidade. E para quecas uma vez por semana, já tinha a minha dose com o Ruben e quem é ele ao pé do Ruben...........

Coloquei um ponto final, depois de ter recebido cerca de 12 mensagens a dizer que adorava estar comigo mas que eu não fosse teimoso por ele só poder estar comigo na quinta ou na sexta-feira das 18h às 20h. Eu enviei uma mensagem a dizer que não podia, inventei para ver a reacção dele.

Recebo uma resposta a dizer: Cariño se no puedes, pero lo que eres uns dias más... Para a semana marcamos algo e assim temos mais mensagens.

Não resisti e enviei uma mensagem a dizer que ía jantar com um ex-namorado e que a nossa história tinha a acabado naquele momento.

Oiço na rádio rfm, esta musica: - Crash boom bang dos Roxette.

As lágrimas começaram-me a cair pelo rosto abaixo, porque o Ruben estava no meu pensamento...

08 julho 2010

Tiago

Eu conheci o Tiago, numa destas noites que fui ao Labyrinto.

O Labyrinto é um club de sexo que fica ali para os lados da Assembleia da República. Aqui todos os dias existe uma festa, desde andar todo nú até andarem todos vestidos. Existem festas para todos os gostos. Ao sabado é a noite da orgia é tudo ao molho e fé em Deus.

É o dia que eu costumo lá ir...

Entras, entregas o cartão de sócio. vais ao cacifo colocar as tuas coisas. Tens um bar cá em cima onde existe mais luz. Depois mais à frente encontras umas escadas onde te leva ao piso inferior e onde acontece tudo.

Apenas tens de sentir o teu coração e ires na descontracção.

Tens um grande espaço onde cabem cerca de 15 a 18 gajos, e depois tens pequenos quartos onde cabem três a quatro gajos.

Nessa noite conheci o Tiago, um rapaz super giro. Muito bom aspecto. Cabelo curto, corpo definido tipo militar americano no Iraque.

Trocamos olhares, e fomos nos aproximando de um canto. Iamos dando sinais aquem passava que queriamos ficar só os dois. No primeiro beijo, houve uma quimica, um laço, algo que nos transcendia por completo.

As mãos dele percorriam o meu corpo do alto da cabeça até aos pés e as minhas de igual forma. Fomos para dentro de uma casa de banho para estarmos mais à vontade.

As casas de banho tem um fecho por dentro, eheheheeheheh

Estavamos numa casa de banho, mas era como se estivessemos numa suite de um hotel de 5 estrelas ou mesmo numa cama de lençois de setim.

Estivemos dentro daquela casa de banho até ao fechar....

Saimos juntos nessa noite e trocamos de numero de telemóvel, onde na última mensagem de boa noite me refere que no dia seguinte iria apanhar o avião para Amsterdão e que me iria procurar quando voltasse.....

Gosto muito, muito, muito pouco de favas e de histórias mal contadas.....

07 julho 2010

Restaurante - parte II

Maria: - Pois, não dá mesmo para entender....

Francisco: - Não é para entender amiga, apenas sinto que se perdeu um amor. Que posso fazer? Ele tomou uma decisão e eu tenho que seguir com a minha vida...

Maria: - E nunca mais soubeste nada dele?

Francisco: - Lol, era com ele que eu estava ao telefone, quando chegaste. Ele tinha ido outra vez para o Porto e estava a confirmar onde é que eu ía jantar e mais do que isso com quem.....

Maria: - E tu disseste que era comigo. Certo?

Francisco: - Nop, fiz um ar tranquilo e disse-lhe que era com um amigo...

Maria: - És mesmo tonto, porque haveria necessidade de estares a mentir?

Francisco: - Amiga! Eu esperei semana a semana para estar com ele. Fui trocado pelo ex, segundo palavras dele e agora achas que lhe ía contar a verdade. Para quê? Ele não volta mesmo e além do mais estou a conhecer outros gajos.... LOL

Maria: - Tonto, e isso leva-te a algum lado?

Francisco: - Nop, mas enquanto ando de café em café e de cama em cama, não me lembro dele e não choro a cada noite que passa, pois já estou morto para dormir.

Maria: - Conta lá quem são esses? E de onde provém?

06 julho 2010

One more time - Laura Pausini

Passaram-se alguns dias que não tive mais nenhum contacto com o Ruben. Dava por mim a chorar de manhã por ele. Do nada, as lágrimas escorriam-me pela cara abaixo. Só pensava nele de manhã à noite.

Como é que estaria, se precisava de alguma coisa. O que o amor faz! Pensamos que conteceu alguma coisa de mal, um acidente e que ele estava inconsciente sem ajuda de ninguém. Realmente a nossa imaginação é terrivel quando amamos de verdade. Mas enfim...Não se pode ganhar sempre......

Uma destas noites, não sabia onde ir. Melhor saber até que sabia. Mas a esperança de encontrar lá o Rubem seria terrivel. E se eu o encontrasse com outro? Afinal ele ía manter a relação aberta e "cesteiro que faz um cesto, faz um cento".

O universo nesse aspecto tanto pode ser o nosso melhor amigo como o nosso próprio inimigo de nos mostrar a mais dura das realidades, que nós fingimos não ver. Mas que os sinais estão lá todos desde o inicio.

Seremos cegos? Burros? Acredito que não, apenas que fomos tocados por um anjo do amor e que a outra parte nem se apercebeu disso....

Nessa noite, lá vou eu de carro a ouvir a musica da Laura Pausini "One more time" e qual a minha surpresa, espanto ou melhor. Eu já desconfiava.......

Lá estava o Ruben dentro do seu carro. Sai e fui para o carro dele...

Francisco: - Então! Ías ficar com o Pedro e já aqui andas?

Ruben: - Desculpa, nem sei o que te dizer...

Francisco: - Não digas nada, tu optaste por ele e o mundo é de opções. Que ele te vai fazer cair, disso não tenhas duvidas....

Ruben: - Todos os meus amigos disseram que eu estava parvo e sim ele está-me a fazer cair. E não sei onde me agarrar...

Francisco: - Nesta altura do campeonato nem sei como te poderei ajudar.....

Ele passa-me a mão no cabelo, fecha-me os olhos e beijamo-nos loucamente. Fizemos amor e quando dei por mim, estavamos todos nus dentro do carro todo embaciado e com ele a dizer: - Francisco, estás tão giro e não sei o que vai ser a minha vida....

Francisco: - Meu lindo, estamos os dois aqui para o mesmo. Se não tivesses tomado a iniciativa, teria sido eu. Mas tu optaste pelo Pedro e não existe espaço para mim...

Ruben: - Que se passa? Tens alguém?

Sorri, dei-lhe um beijo e desejei-lhe sucessos, ao sair do carro oiço ele a dizer: - Francisco não podemos perder o comboio da vida com estas paixões de verão.

Apenas sorri e acenei um adeus. Dentro do carro as lágrimas corriam-me pelo rosto abaixo. Tinha aberto as torneiras da Epal.

05 julho 2010

Just walk away - Celine Dion

Por volta das 15 horas, o Ruben ligou-me:

Ruben: - Olá Francisco, desculpa pela situação de ontem. Podemos jantar esta noite?

Francisco: - Sim, claro. Onde?

Ruben: - Eu vou ter contigo, sei que estás na margem sul. Mas quando estiver aí a chegar ligo-te

Francisco: - Não precisas, podemos jantar em Lisboa....

Ruben: - Não sejas tonto, está combinado. Por volta das 20h30m estou aí. Beijos

Desligou-me a chamada sem eu poder ter dito mais nada. No meu pensamento só poderia ser uma de três razões:

- Ele e o namorado não tinham mesmo nada e ele apanhou este pretexto para dizer que me quer conhecer e ficar comigo;

- Ele quer conhecer-me mas sem grandes stresses, afinal ele referiu a caminho do Porto. "Não afugentes a caça";

- Ele quer acabar comigo pessoalmente...

A última não me faz muito sentido, uma vez que se fosse para acabar poderia ter-me dado a noticia pelo telefone ou então ter aceite o jantar em Lisboa. Não se daria ao trabalho de vir para a margem sul, apanhar o trânsito, só para dizer que tudo estava acabado, quando na realidade não havia nada para acabar.

Tinhamos estado apenas três vezes e como diz o ditado: "Uma andorinha só não faz a Primavera".

O Ruben aparece com um sorriso nos lábios, que sorriso. Vinha de fato e gravata. Estava todo perfeito para um encontro perfeito.

Sentamo-nos e começamos a falar da noite anterior onde referiu toda a conversa a nossa conversa a caminho do Porto. Sempre muito descontraido e sempre preocupado comigo quer a nível pessoal, quer a nível profissional. Sempre com muita atenção ao que eu ía dizendo. Na minha mente o meu segundo ponto seria o mais esperado, até que me cai literalmente tudo, quando ele do nada me diz:

- Francisco, és um gajo super. Vim jantar contigo porque te devia uma explicação. Mas a realidade é que eu vou ficar com o Pedro.

Francisco: - Desculpa! Ele viu-me na tua cama......

Ruben: - Eu sei disso, já está tudo acordado. Vamos mantêr a relação aberta, mas só vamos a três e sem mentiras.

Francisco: - Como podes ter um amor se vais para um relacionamento, onde já vão com outros para a cama?

Ruben: - Eu sei disso, desculpa não te poder dar mais. Mas se quiseres um dia...... Desculpa não te posso pedir isso.

Francisco: - Ter uma amizade colorida, ser teu amante, uma queca quando não tiveres mais ninguém.....

Ruben: - Desculpa, tu mereces melhor, bem melhor

Francisco: Tu vais cair e o Pedro vai-te fazer cair. Ele nunca te perdoará ter-me visto na cama contigo. Tenho muita pena de não te poder segurar nesse momento. Mas a vida é feita de opções.... E tu estás a escolher.......

Ruben: - Eu sei disso e quando cair, caí......

Despedimo-nos com um forte abraço e com lágrimas nos olhos. Entro no meu carro e ao ligar o rádio, começa a tocar: "Just walk away" da Celine Dion

03 julho 2010

Jantar em casa do Ruben

Não soube nada do Ruben nos dias seguintes, pois não atendia as minhas chamadas e nem tão pouco respondia aos meus sms.

Pensei que tivesse acabado e que tudo aquilo que tinha existido entre nós não tenha passado, apenas de um sonho.

Na quarta-feira de manhã ligou-me com uma voz super meiguinha, deixou-me sem palavras.

Eu: - Ainda te lembras de mim?

Ruben: Não sejas tonto, tive tantas saudades tuas. Queres ir jantar lá a casa? E podemos dormir juntos se quiseres.

Quando cheguei a casa dele, tudo estava preparado e com muito estilo. Fui recebido com um flut de champanhe onde tinha um morango. O jantar foi bacalhau espiritual, acompanhado por um bom vinho branco fresco de Borba.

A conversa foi muito animada, não havia momentos de silêncio e dava a impressão que o tempo tinha parado.

Ruben levantou-se, veio ter comigo, pegou na minha mão e deu-me um beijo e levou-me para o sofá. Beijámo-nos até que as nossas roupas estavam todas espalhadas pelo chão. Ali estavamos nós os dois como viemos ao mundo nos braços um do outro.
Sentia o meu coração e o dele quase a esplodirem, eu e ele eramos só suor. Ali estava todo o nosso amor/paixão e ninguém o podia negar. Ruben só dizia que me desejava cada vez mais e mais...

Durante a noite, acordo com uma campainha a tocar e o barulho de alguém a bater à porta. Não dei muita importância pois não conhecia o toque da campainha. lol

Não demorou muito tempo, para além do barulho da campainha, do quase deitarem uma porta quase abaixo, quando começei a ouvir o nome Ruben....

Não queria acreditar no que se estava a passar, sei que o Ruben foi abrir a porta, e ao faze-lo só ouvi: - Puta, já tens um gajo na cama. Quem é ele? Eu conheço-o?

Ruben: Não conheces e vai-te embora, falamos amanhã

Eu, ali deitado. Só pensava no que estava a passar-se e a pedir que o outro não entrasse, pois já tinha visto aquele filme, há ja alguns anos atrás, quando o mesmo aconteceu comigo. Só mudam os nomes e as moradas. As histórias com mais ou menos uma virgula são todas iguais.

De repente acende-se uma luz, e vejo a cara do pobre rapaz a olhar para mim. A minha cara deveria ser de compaixão. Afinal eu não tinha culpa, eu para ali estar, alguém teve que me abrir a porta.

O rapaz fecha a porta do quarto, os gritos acabaram e só oiço a porta da rua a fechar-se. O Ruben volta para a cama, abraça-me e apenas me segreda ao ouvido:
- Desculpa...

Antes de adormecer, dei comigo a pensar que o universo quando quer que saibamos alguma coisa, apenas nos coloca no local certo. Se somos capazes de ver/ouvir e/ou sentir, já é algo que depende de pessoa para pessoa.
Eu não sei se deveria ter pena do rapaz, afinal eu estava ali na cama com o (ex)namorado dele. E eu amava ou amo aquele com estou na cama.

Será que estou a ver o que me poderá acontecer daqui a uns anos, se eu passar a ser o oficial?

Viagem ao Porto

Depois de ter estado com o Ruben, não soube nada dele durante dois dias. Apenas trocávamos um sms por dia. Na quarta feira de manhã, recebo um chamada:

Ruben: - Olá Francisco, vou amanhã para o Porto e podes vir comigo se quiseres.

Francisco: - Desculpa!

Ruben: - Vai ter comigo ao final do dia ao Vasco da Gama, e não aceito desculpas...

Ao final da tarde, seguimos no carro dele para o Porto. Pelo caminho, ligou a um amigo a perguntar por um restaurante simpático para levar um "amigo".

Jantámos deliciosamente bem, a sugestão dada do restaurante e do que comer foram um must.

Estávamos encantados um com o outro. O brilho nos nossos olhos não o poderiam negar e as coisas que deixávamos cair sem querer, mostravam algum nervosismo de ambas as partes. O sonho não era só meu.

Seguimos viagem e sou informado de que o Ruben tem uma relação aberta. O meu cerebro parou ali naquele instante. Nunca tinha ouvido falar de relações abertas. Conhecia amizades coloridas entre amigos. Agora relação aberta, nem fazia a minima ideia do que ele me estava a dizer. Apenas registei que o namorado ia dormir com quem queria e ele também. Nada de satisfações.

Só que agora era para acabar, que ele estava farto daquela situação, mas que eu não "afugentasse a caça".

Quando chegamos ao hotel, ele sugeriu que fossemos beber uma bebida ao bar do hotel para nos conhecermos um pouco mais.

Fomos para o quarto, quando o que queriamos era estar juntos um com o outro e sem roupas. Durante o contacto dos corpos suados, só ouvia:

- Francisco.... Que bom... Quero-te só para mim....Onde andaste este tempo todo....

De manhã, o Ruben foi trabalhar e eu fui passear pela cidade do Porto. Fui ver o quartel onde fiz o serviço militar. Está a cair aos bocados.......

Fomos almoçar a um restaurante muito agradavel junto ao rio. Que vista linda para o Douro. Sentamo-nos na esplanada e os nossos olhos vibravam, que até os empregados perceberam que nós estavamos juntos e que estavamos apaixonados.

Foi sol de pouca dura,o regresso para lisboa foi em silêncio. O Ruben estava nervoso para chegar a lisboa. Cada quilometro parecia o afastamento das nossas almas. O silêncio era de morte. Eu até estava com medo de perguntar alguma coisa. Até que ele disse: - Tenho que ir para casa porque estou preocupado com a minha mãe.

Nada daquelas palavras faziam sentido. O modo como disse e não me olhou nos olhos. Conclui que só poderia estar a mentir.

Chegados a Lisboa, despedimo-nos com um abraço e um até logo

Nessa noite não soube nada dele e a única musica que passava na rádio era:

"Alone" cantada pela Celine Dion

01 julho 2010

FROM THIS MOMENT - SHAINA TWAIN

Eu conheci o Ruben numa noite de lua cheia. Estacionei o meu carro atrás de outro carro onde estava um rapaz que me pareceu giro. Saímos do carro e quando vi aquele sorriso, todo o meu corpo estremeceu. Meu Deus que sorriso. Por onde tinha andado aquele rapaz estes anos todos?

Aproximei-me dele e nem tive tempo de reacção, ele olhou-me nos olhos e pregou-me um beijo. Que beijo.....

Entramos para dentro do carro dele e passados poucos segundos, ambos estavamos nus e a transpirar como nunca me aconteceu. Podemos mentir em muita coisa, mas quando a transpiração acontece do nada e os nosso corpos entram em sintonia. Pareceia que já nos conheciamos de outros tempos de outras vidas

Eu só ouvia: Francisco, estás bem?

O Ruben só me beijava e quando me tocava de leve no cabelo, segradava-me ao ouvido:
- Quem és tu? Onde andaste este tempo todo?

Despedimo-nos com um beijo, com a troca do telemóvel e com a promessa de nos vermos daí a dois dias. Estivemos juntos mais de seis horas, cheguei a casa já com o sol a nascer....

A caminho de casa oiço na rádio a musica da Shaina Twain: From this moment....

Dia 14 de fevereiro de 2010

Hoje é um dia especial para todos os namorados, pois é o dia de São Valentim, dia dos namorados.

A Maria é uma grande amiga minha e que está sozinha sem namorado. Ligou-me esta tarde para irmos jantar uma vez que eu também estou de mal de amores e assim faziamos companhia um ao outro.

Combinamos ir jantar a um restaurante na margem sul. Como eu trabalho ao lado do dito restaurante, marquei mesa para as 20h30m.

A Maria apareceu deslumbrante, como sempre. Ela não aparenta nada a idade que tem e eu também não.

Assim que entramos no restaurante, as mesas estavam todas ocupadas tirando a nossa que tinha a indicãção de "reservada".

Até chegarmos à mesa em questão, reparamos que os homens olhavam para mim com alguma inveja e o mesmo acontecia em relação à minha amiga toda deslumbrante e com um gajo que aparenta trinta e poucos anos e que está bem.

Sentamos-nos à mesa e o telemóvel começa a receber mensagens. Maria muito rápido diz: - É o Ruben?

Eu: Nop, é o Tiago.

Maria: Quem é o Tiago?

Eu: Conheci-o no Labyrinto

Maria: Desculpa?!!

Eu: É um club de sexo, lol

Explico o que é o Labyrinto e como as coisas decorrem naquele recinto, quando de novo toca o meu telemóvel com uma nova mensagem. As pessoas começam a olhar com pena para a Maria, porque devem estar a pensar: - Coitada, ali com um gajo todo jeitoso e o gajo só recebe mensagens e ainda lhe mostra.

Maria: É o Ruben, agora só pode....

Eu: Nop, é o José Maria de España, lol

Maria: Desculpa!!!!!!!!!!! Quem é esse?

Eu: É um espanhol que eu conheci no gaydar.

Começei por lhe explicar o que era o gaydar e de repente outra mensagem... Maria, fica embaraçada e diz:

- Ruben agora????

Eu: Nop,é o Rui de Sesimbra, conheci-o na cidade universitária, lol

Maria: Mais alguém!!!!!

E mais uma mensagem e desta vez Maria olha para mim e pergunta:

- Quem é? lol

Eu: Este é o Nuno, lol

Maria: Ok. Já não pergunto nada.Então e o Ruben? Que é feito dele e desse amor que tu tens por ele?