Hélder - CÉLINE DION "ÉCOUTEZ-MOI"

Desde criança que oiço algo do género "existe sempre uma tampa para cada panela" ou "uma chinela tem sempre o seu par".
Também depressa, eu apercebi-me que o meu desejo era olhar para um menino como eu e não para meninas.

À medida que os anos passavam, também mudavam a minha forma de ver o Amor e a minha forma de estar. Na minha infância sempre sonhei com um principe encantado igual, aos das histórias enfantis. Mas que a história acabaria com dois meninos...

Quando cheguei aos 20 anos, foi na décadas dos meus 20 anos, que me assumi como gay para mim. Naquela altura acreditava nesse amor possível entre dois homens...

Quando cheguei aos Trinta, conheci o Sandro e vivi uma história de amor entre dois seres do mesmo sexo. Partilhámos a mesma cama, a mesma casa, as mesmas alegrias e tristezas. Como tudo na vida, tudo tem um principio, um meio e um fim...

Depois conheci o Ruben, aquele amor que até hoje não sei explicar. O que será que me aconteceu?

Hoje o Hélder (O Hélder é um rapaz que eu conheci em tempos na cidade universitária), ligou-me para irmos à praia. Recusei amavelmente, com a desculpa de ter que limpar a casa.
O moço não desistiu e convidou-me para almoçar. Voltei a recusar, com a desculpa de ir almoçar a casa de uns amigos.
Não desistiu e insistiu para bebermos um café antes do almoço. Ele queria dizer-me algo pessoalmente... Acabei por aceder e às 11h00m estávamos no "Saldanha Residence".
Aproximámo-nos, em vez de um aperto de mão, ele abraçou-me com um abraço super forte.

Francisco: - Estás bem?

Hélder: - Desculpa, não ter respondido ao teu telefonema. Nem à tua mensagem...

Francisco: - Não tens de pedir desculpas de nada. Estavas noutra.

Hélder - Espero que me consigas perdoar...

Francisco: - Perdoar!!!!!

Hélder: - O meu Silêncio...

Sentámos-nos numa das mesas que fica em frente à loja "Purificacion Garcia". Enquanto bebiamos o café, o rapaz informou-me: Na sexta-feira à noite, ele tinha-me visto na cidade universitária.
Ele estava parado a falar com um rapaz, e que eu tinha passado por eles. Quando eu passei, o rapaz que estava a falar com o Hélder, parou e comentou que me achava muita graça. Só que nunca tinha metido conversa comigo, porque ele achava que eu era muita "areia" para a camioneta dele.
O Outro sabia que eu me chamava Francisco, que houve uma altura que ía lá com o meu amigo Joseph. Que muitos pensavam que eu e o Joseph éramos namorados, mas não...
Ele tinha estado com o Joseph várias vezes.
O Rapaz sabia que eu trabalhava num Call Center e que fazia voluntariado(As bichas quando fodem não sabem estar caladas!!! O Joseph contou tudo acerca da minha vida).
O hélder "realizou" naquela conversa que eu poderia ser um "perfeito namorado"...
Ontem, o Hélder voltou à cidade universitária à minha procura... Ficou desiludido por não me encontrar e hoje resolveu telefonar-me...
Pois! Sou puta, mas ainda não tenho cartão de sócio de alguns sitios. Já frequentei muitas vezes a cidade universitária, aos dias de hoje, nem por isso...

Hélder: - Estás disponível para nos encontramo-nos mais vezes?

Francisco: - Define mais vezes...

Hélder: - Gostaria de te conhecer melhor e quem sabe um dia podermos ser namorados...

Francisco: - Não me parece, mas sim, podemos voltar a beber um café...

Mudámos o registo da conversa, ele lá falou de si e eu um pouco de mim. Mas, não me parece que me volte a encontrar com a personagem.

Quero estar sozinho, porque:
- Não me apetece cozinhar para ninguém;
- Não me apetece lavar a roupa de ninguém;
- Não me apetece passar a roupa de ninguém;
- Não me apetece pagar as contas de ninguém;
- Apetece-me sair com os meus amigos e com quem me apetecer;
- Apetece-me partilhar os meus lençois com quem eu quiser e não só com aquela pessoa:
- Apetece-me gastar o meu dinheiro comigo;

"pARA QUÊ COMPRAR UMA VACA(BICHA) SE POSSO TER O LEITE GRATUITO"; e
"NÃO VALE A PENA COMPRAR UM PORCO INTEIRO POR CAUSA DE UMA LINGUIÇA"