Já dizia a minha avó:
- "Francisco" À mesa, é proibido falar de Politica, Religião e Futebol";
- "Francisco! Sempre que o nível da conversa desce, o interesse da mesma sobe. Cuidado! Para não descambar..."
Estávamos todos à mesa, a conversa fluia muito bem. Havia um bom ambiente e uma boa disposição geral. Não sei o porquê? O assunto dos signos é sempre tema de conversa, sempre que estão mais do que duas pessoas juntas. Qual é o teu signo e ascendente?
Depois a conversa "gira" em torno do Manuel, que afirma ser BI e não só Homo. Ele afirma que tem tanto prazer com gajos ou com gajas. A conversa "desceu" mais uns degraus, quando ele afirmou:
Manuel: - Eu na cama com gajos. Adoro e sou só passivo. Eu na cama com gajas, adoro ser activo. Quero ter filhos e netos, para continuar a minha descedência...
João: - Eu quero ter filhos, para a minha mãe e o meu pai, me deixarem a "marmita" em paz. Sempre a mesma merda de conversa, quando vou jantar com eles. No Fundo, também quero ter alguém para tomar conta de mim, quando eu for muito velhinho.
Sérgio: - Estão a ver, porque eu e o Carlos abrimos a relação. Assim, não enganamos ninguém. Primeiro: "Não nos fartamos de comer arroz com feijão", segundo: somos mais honestos um com o outro e no final, estaremos juntos no mesmo lar...
António: - Pois, não sei o que vos diga. Creio que é preciso ter sorte com os filhos, sobrinhos, amigos...
Pedro: - Não digas disparates, a Margarida vai tomar tão bem conta do pai, como de ti. Só tens de lhe dar algum tempo...
No lar onde estás a fazer voluntariado. Os filhos vão visitar os pais? Os netos vão visitar os avôs?
António: - Em que mundo é que tu vives, Pedro?
Está aqui o Francisco que pode comprovar a "dura" realidade. Dou-te só 3 exemplos, e muitos mais havia para te contar. Estes, não são tão podres...
D. Isabel
A D. Isabel era uma senhora dos 85 anos, sempre muito bem disposta. A senhora tinha casado e tinha 10(dez) filhos. Só 1(um) neto é que visitava a avó. De manhã, o rapaz antes de ir para a faculdade ia ao Lar, para ajudar a avó a tomar o pequeno-almoço. Ao final da tarde, voltava ao Lar, para ajudar a dar o jantar à avó. Quando a avó piorou, ele esperava que as funcionárias dessem banho à avó, para poder ir ao quarto desta, dar-lhe um beijinho. Nunca sabia, quando era a última vez que iria ver a avó. Quando a senhora morreu, a capela da igreja que fica ao lado do Lar ficou cheia de familiares e amigos. Ninguém soube ao certo quantos netos, bisnetos, sobrinhos a D. Isabel teve. A familia chorava, gritava, eram berros mesmo. O Paulo(neto), veio para o lar, porque não conseguia ouvir as hipocrisias dos familiares.
D. Lucinda
Esta senhora quando chegou ao lar, vinha toda cheia de nódoas negras. Trazia apenas umas cuecas e um sotien. Veio embrulhada, num cobertor cheio de pulgas. A senhora vivia num quarto andar, com elevador e tinha sido funcionária pública. Quem a troxe foi uma técnica de reiserção social, por denúncia de uma vizinha. Os 4 filhos, nunca quiseram saber da mãe.
D. Lurdes
Esta senhora tem 5 filhos. Só uma filha é que aparece no lar. Vai lá uma vez por semana(Domingo, mesmo); nem chega a estar 10 minutos com a mãe. A filha só sabe reclamar com tudo e mais alguma coisa. Nem vos digo quantas mensalidades, estão em atraso...
Voces dirão que os filhos são pobres e devem ser ajudados.
Errado: A filha é advogada, a outra filha é médica, um dos filhos é psiqiatra, outro é director geral de uma empresa e o outro é professor.
Já dizia a minha avó: - "No melhor pano, cai a nódoa"
2 comentários:
A triste realidade da terceira idade e a ingratidão familiar bem reveladas nestes três casos.
Bem digo eu, que não tenho medo de envelhecer, mas sim de me tornar dependente...
Bem verdade, espero que Deus se lembre de me deixar morrer, antes de eu me tornar dependente.
Ingratidão é o que não falta em muitos Lares...
Abraço e obrigado pela tua visita permanente ao meu cantinho
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