13 novembro 2010

Dia A - Madonna "Live to Tell"

Parábola contada pela minha avó, muitas vezes:

Numa floresta, houve um grande incêndio. O Rei Leão, juntou todos os animais e informou-os que estava decidido: - Todos os animais iriam abandonar as suas casas e que iriam fugir para o outro lado da floresta, onde para lá chegar, teriam de atravessar o rio. O incêndio não passaria o rio... Lá todos os animais, poderiam ficar livres de perigo.

Os animais começaram a reunir-se por espécie(zebras com zebras, raposas com raposas, coelhos com coelhos, etc etc...). Quando todos os animais estavam ao pé da casa do leão, começaram a sua marcha para o outro lado da floresta...

Após, alguns metros de distância, todos os animais observam um rouxinol a ir ao lago, apanhar uma gota de água. E, depois o rouxinol ía contra o incêndio, e voltava ao lago, e assim sucessivamente...

Todos os animais começaram a rir-se e o rei leão, pergunta:

Rei Leão: - Que fazes tu? Óh pássaro estupido...

Rouxinol: - Apenas, faço a minha parte...

António(através desabafos deste, ao Pedro...)
Em mil novencentos e noventa e qualquer coisa... Foi decretado por Tribunal de um famoso concelho(onde na televisão, se falou de umas contas na Suiça e de um sobrinho).
Foi decretado que a mãe do António, até então tinha desempenhado funções de porteira nesse mesmo prédio. A familia tinha "usurpado" a seu "belo prazer" o sotão do prédio.

A realidade é que uma casa de porteira é pequena, e os pais do António como tiveram vários filhos. Pediram uma autorização escrita em 1976, a todos os condónimos do prédio. Mas esqueceram-se de duas coisas:
- As mulheres dos condónimos não assinaram. E, entretanto divorciaram-se e elas é que ficaram com a casa. "Gaja ganha sempre a custódia dos filhos e da casa. PONTO".
- Não foram ao notário, reconhecer as assinaturas.(A minha familia teve um caso semelhante, sei o que isso é... A minha familia perdeu uma parte de um pinhal a favor da Camara Municipal lá do sitio. LOL)

Este famoso Tribunal não aceita um papel assinado em 1976 como prova. Mas, aceita uma acta de condominio, sem a assinatura de todos os condónimos e sem estar autenticada...

Mais, era do conhecimento da Camara Municipal e do Tribunal que o dito sotão dava acesso à casa de porteira, logo à casa do António. A Camara Municipal e o Tribunal, deixaram abrir uma porta no vão de escadas, para os condónimos poderem entrar no sotão. Logo, se um condónimo entra no sotão, entra automaticamente na casa de porteira. Gente cusca é o que não falta neste país. Não houve uma "Invasão da propriedade alheia?". Segundo o Tribunal: Não...

A mãe do António, recebeu uma carta do tribunal com a marcação do dia, para a execução da sentença. Como a mãe andava muito doente, o António escreveu uma carta ao Tribunal a pedir o adiamento da data de execução. Nem obteve resposta...

No dia marcado, apareceram dois oficiais de justiça, dois policias, o advogado do prédio e um representante de cada condónimo. O acesso(porta que não tinha fechadura), que fazia a ligação da casa da porteira ao sotão. Debaixo do sotão, havia dois quartos(quartos dos filhos da porteira) e uma sala. O acesso foi fechado com tijolo e cimento, e a partir desse dia, o acesso só é permitido pela porta que está no vão de escadas. A casa da porteira ficou reduzida a um terço. O objectivo é colocarem uma familia na rua. Como são uma familia de portugueses e que não usam graxa...

Duas semanas depois, a mãe do António, faleceu com problemas de coração. No dia do funeral da mãe, o António toma conhecimento que a empresa onde trabalha, é uma fraude, apesar de terem as contas do Fisco e da Segurança Social em dia. É o que dá ser honesto, não pagam multas...

A empresa onde o António trabalha era de investimentos, e o Banco de Portugal e a CVMVN tinham conhecimento da actividade. O António tinha muitos amigos como clientes investidores. Não misturar amigos com dinheiro...

E, passado algum tempo, o ex-namorado "despacha o António", onde será que já vi este filme?

Não muito tempo depois, o António recebe uma carta para ir prestar declarações à policia, porque no dia A, chamou "puta" e afirmou que a vizinha tinha um amante.

Esta vizinha foi a primeira de todas as vizinhas, a dar os parabéns ao António, quando este terminou a licenciatura. Sim, um filho de uma porteira ser licenciado é coisa rara em Portugal...

Esta vizinha levou como testemunhas, quatro vizinhas do mesmo prédio. E, onde uma vizinha afirmou: - O SR António, ligou-me a dizer que a SRA D. tinha um amante...

O Tribunal, não questiona o dia, as horas da chamada? O porquê do telefonema? Que falta faz o C.S.I em Portugal...

Ainda decorria este processo. Uma das testemunhas deste processo colocou um novo processo contra o António, por este também a ter difamado como "puta" no dia A...
Sim, e a queixosa do processo de cima, passou a ser testemunha no segundo processo.

O António solicitou a presença dos Oficiais de Justiça e dos dois policias, mas a resposta que recebeu é que estes não queriam estar presentes porque não se recordavam desse dia...

Ora bem! Um gajo chama puta a duas vizinhas, e a policia não faz nada? E, os oficiais de justiça, não fazem uma "participação" dos acontecimentos em determinado processo de acção de execução? Será que toda a gente é assim, tão bem educada. Só o António é que chamou "putas" a duas vizinhas e por isso teve que pagar e bem pago?

Eu não tenho carro, mas oiço os condutores muitas vezes. A palavra "Puta", até que é das mais simpáticas...

Passados alguns dias, o António recebe outra carta do Tribunal, com um processo de "despejo". O Tribunal aceitou um pedido da acção, SEM a dita "Acta de Assembleia", onde se verificasse a assinatura de todos. Ah! Pois é...

Quem tem amigos, é assim...

Estarão a dizer, coitado do António. "Muda de vida"...

DURA REALIDADE:

O António perdeu e recorreu até não poder mais. E, perdeu em todos...

No primeiro processo, perdeu e vai ter que indmnizar a vizinha em três mil e quinhentos euros...

No segundo processo, perdeu e vai ter que indmnizar a vizinha em dois mil euros...

No processo da casa, perdeu e vai ter que pagar uma indmnização de renda pelos anos do processo no valor de seiscentos euros. Por um mini-hall de entrada, uma cozinha, um wc e uma sala que funciona de sala/quarto. Ou seja, 600 euros/mês, no final do ano será: 7.200 euros. Como é desde a data do processo, 7.200 x 5 = 36 mil euros

O António no IRS de 2009, declarou 5 mil euros. Isto de ser pobre e sem "bens" é fodido...

O António está à espera que chegue a conta final para ir pedir um empréstimo ao banco.

Fora, as multas aplicadas pelo tribunal, que o António pediu ajuda à Segurança Social para ir fazer trabalho comuniário. Seriam mais uns quatro mil euros...

Quem estiver desempregado e quiser enriquecer. Só tem de ter amigos, juntar mais uns três ou quatro e abrir uma empresa de "falsos testemunhos". Dá mais do que as funerárias...

Eu já fiz a minha parte...

4 comentários:

Myke disse...

SE cada um fizer a sua parte, tudo se resolve!

Francisco disse...

Olá Myke, obrigado pela tua visita

É bem verdade, se cada um fizer a sua parte...

Abraço

João Roque disse...

Isto é um nojo!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Francisco disse...

Olá Pinguim, é um nojo. Mas, estamos em Portugal.

Abraço amigo