Capitulo 129

Hoje ao final do dia, Filipe sai do trabalho, coloca a mochila às costa e vai dar uma volta pela Avenida de Roma e Avenida da Igreja, para ver as luzes de Natal... Duas das suas ruas favoritas em Lisboa. Não tivera ele vivido lá há muitos anos. Filipe ficara admirado por ainda existirem algumas lojas onde no passado comprara as prendas para a sua mãe... Filipe não ficara órfão muito novo, mas é como tivesse ficado no dia em que perdeu a mãe... Naquele dia, o seu mundo desabou e ninguém dos seus amigos e familiares perceberam o que lhe tinha acontecido...Muitos deles desapareceram, outros passam por ele e mudam de passeio ou fingem que não o conhecem... Muitas não entendiam o que ele dizia... Tinha virado tolinho ou parvinho...

Todos nós já entramos na fila, desde o dia em que nascemos... Não podemos sair da fila e um dia chegará a nossa vez...Creio que ninguém saberá qual o dia em que receberemos o bilhete de viagem...

Houve muitos dias e noites, que Filipe caminhou sozinho... Ele perdera o comboio da vida, e muitos gays não quiseram nada com ele... Ele não era o tipo de namorado para alguém sair à rua, afinal ele ia a pé.... Foram poucos os amigo que ficaram do seu lado, muito poucos mesmo... Ele não lamenta uma amizade que se tenha ido embora... Se foi, foi porque quis...

Filipe sabe que entrou num caminho, que vai ser complicado deixar... Não tem vontade de voltar atrás e muito menos mudar de trilho... Ele sabe para onde a Água o leva; para que lado sobra o Ar, vento mesmo; tem os pés assentes na Terra e por fim sabe o Fogo que sente e Fogo que o rodeia...