O jovem está deitado, aconchegado a mim, tem a sua cabeça deitada sobre um dos meus braços... Afago-lhe os cabelos, com um belo do cafoné. Ele deixa-se dormitar... São quase horas de jantar, ele teve uma semana super atarefada, sempre chegando tarde e a más horas... Agora um repouso sabe muito bem... Falei demais, toca o telefone... Do outro lado está um (amigo pagante) a fazer-lhe uma proposta irrecusável... O rapaz ao início recusa, mas depois lá acede... Levanta-se, vai tomar um duche de água fria...
Lá em baixo na rua, espera-o alguém dentro de um carro topo de gama... Alguém giro, com super bom aspecto, cabelo bem cortado, barba aparada, tem um pólo azul mar, uns calções castanhos e chinela no pé... Não deve ter mais de 35 anos... Quem será?! Nunca vi rapaz por cá nas redondezas...
O jantar escolhido fica na rua Alto do Duque ou coisa que o valha. Café "Buenos Aires" Fazem as apresentações, conversam como se não houvesse amanhã ou mais alguém na sala. Quem os visse de fora, diriam que já se conheciam de outros carnavais...
Depois vão passar a noite ao hotel, onde o outro se encontra hospedado... Segundo parece, houve um grande entendimento entre ambos, e muito suor... Alguém deveria ser dono de um poço de petróleo, porque o outro sempre dizia: "Como?! Ainda queres enfiar mais o quê?! Estás todo dentro de mim..."
A conversa sempre manteve o mesmo ritmo, até ao momento da despedida e a promessa de um novo encontro...
O Jovem bem apresentado tirou um envelope branco dentro do casaco, entregou-lhe e disse-lhe:
- Espero que seja do teu agrado, e que da próxima vez, me dês novamente preferência...
O rapaz atrapalhado, pegou no envelope, não abriu e perguntou colocando-o dentro do bolso das calças: - O que é isto?!
O Jovem bem apresentado, sorri-lhe e diz-lhe:
- São tiras de jornal, que encontrei na rua...
"To Be Continued..."
4 comentários:
Ou tens muita imaginação ou vais por caminhos perigosos...
Júlio
De facto é curioso.
Quando comecei a escrever este canto, a grande maioria dos que por aqui passavam. Escreviam, partilhavam entre si que eu escrevia novelas, que tudo era inventado, que eu escrevia pior que as novelas mexicanas...
Agora que decidi escrever uma novela mexicana, todos dizem que estou a escrever acerca de mim
Caso para dizer: Decidam-se não?!
Obrigado pela visita e comentário
Abraço
Gostei muito deste conto! E uma grande lição que o rapaz aprende! ^^
João Fadário
O conto ainda vai no adro da igreja ;)
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