10 agosto 2013

Esplanada - Luz Casal "Entre mis recuerdos"

Quem me quiser há-de saber as conchas
a cantiga dos búzios e do mar.
Quem me quiser há-de saber as ondas
e a verde tentação de naufragar.

Quem me quiser há-de saber as fontes,
a laranjeira em flor, a cor do feno,
a saudade lilás que há nos poentes,
o cheiro de maçãs que há no inverno.

Quem me quiser há-de saber a chuva
que põe colares de pérolas nos ombros
há-de saber os beijos e as uvas
há-de saber as asas e os pombos.

Quem me quiser há-de saber os medos
que passam nos abismos infinitos
a nudez clamorosa dos meus dedos
o salmo penitente dos meus gritos.

Quem me quiser há-de saber a espuma
em que sou turbilhão, subitamente
- Ou então não saber coisa nenhuma
e embalar-me ao peito, simplesmente."

Rosa Lobato de Faria

10 comentários:

  1. gosto da poesia dela, mas da prosa assim-assim.
    bom sábado.
    bjs.

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  2. Ena, hoje temos poesia e da boa.
    Parabéns pela escolha.

    És um romântico, quer-me parecer.

    Sensível?

    beijo e enjoy o fds.

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  3. Margarida,

    Não sou grande fã da RLF, mas que tem poemas lindíssimos lá isso tem :)

    Beijinhos grandes

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  4. Pérola,

    Obrigado. Sim! Dizem que sendo leão com ascendente em Leão, sou um eterno romântico "à espera de qualquer coisa..." :)

    Beijinhos Grandes

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  5. Gosto da poesia dela e de algumas letras também :)
    Abraço amigo Francisco :)

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  6. gosto tanto tanto tantooooooo!!! :-)

    já leste o alma trocada, dela? tou sempre a fazer publicidade :-)

    este poema faz-me lembrar este, que é a minha descrição de facebook:
    METADE

    Que a força do medo que tenho
    Não me impeça de ver o que anseio;
    Que a morte de tudo em que acredito
    Não me tape os ouvidos e a boca;
    Porque metade de mim é o que eu grito,
    Mas a outra metade é silêncio...

    Que a música que eu ouço ao longe
    Seja linda, ainda que tristeza;
    Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada
    Mesmo que distante;
    Porque metade de mim é partida
    Mas a outra metade é saudade...

    Que as palavras que eu falo
    Não sejam ouvidas como prece
    E nem repetidas com fervor,
    Apenas respeitadas como a única coisa que resta
    A um homem inundado de sentimentos;
    Porque metade de mim é o que ouço
    Mas a outra metade é o que calo...

    Que essa minha vontade de ir embora
    Se transforme na calma e na paz que eu mereço;
    E que essa tensão que me corrói por dentro
    Seja um dia recompensada;
    Porque metade de mim é o que penso
    Mas a outra metade é um vulcão...

    Que o medo da solidão se afaste
    E que o convívio comigo mesmo
    Se torne ao menos suportável;
    Que o espelho reflita em meu rosto
    Um doce sorriso que me lembro ter dado na infância;
    Porque metade de mim é a lembrança do que fui,
    A outra metade eu não sei...

    Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
    para me fazer aquietar o espírito
    E que o teu silêncio me fale cada vez mais;
    Porque metade de mim é abrigo
    Mas a outra metade é cansaço...

    Que a arte nos aponte uma resposta
    Mesmo que ela não saiba
    E que ninguém a tente complicar
    Porque é preciso simplicidade para faze-la florescer;
    Porque metade de mim é platéia
    E a outra metade é canção...

    E que a minha loucura seja perdoada
    Porque metade de mim é amor
    E a outra metade... também.

    Oswaldo Montenegro

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  7. Arrakis

    Também :)

    Abraço amigo Arrakis :)

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  8. 00.15

    Trocado ando eu, quando.... LOLOLOLOLOLOLOLOLO

    Ahahahahahahahaahhahahhaha

    Adorei o poema :D

    Abraço amigo Ima

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  9. Gosto de alguma poesia da Rosinha, mas, sobretudo, gosto dela enquanto cançonetista. :)

    Já agora, paz à sua alma. :|

    abraço.

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